O ministro da Segurança Pública, Raul
Jungmann, confirmou, nesta quarta-feira (26), que o presidente Michel Temer vai
excluir do indulto natalino deste ano os condenados por crimes de corrupção.
Além disso, o ministro afirmou que o texto do decreto deste ano deve
adotar os mesmos critérios do indulto de 2016.
Também serão excluídos do benefício,
segundo Jungmann ,
aqueles presos que estiverem cumprindo penas por crimes contra a administração
pública ou de violência sexual contra crianças. Segundo o ministro, o
decreto será assinado até a próxima sexta-feira (28). A decisão foi acertada
nesta quarta, em uma reunião no Palácio do Planalto.
O indulto de Natal é voltado à extinção da pena para condenados
por crimes comuns (não hediondos). Segundo a lei, é permitido ao
presidente conceder o perdão da pena a condenados que atendam aos requisitos
especificados no decreto presidencial, que é editado todos os anos. Na prática,
quando um detento é beneficiado, ele tem a pena extinta e pode deixar a prisão.
Esse indulto pode ser assinado até o dia 31 de dezembro, anualmente.
"Precisa cumprir requisitos
de tempo de pena cumprida e bom comportamento. Os requisitos são bem rigorosos
se comparados aos anteriores", disse o ministro de Temer ao jornal O
Estado de S.Paulo .
No início da
semana, dizia-se que Temer não editaria o indulto de
Natal em 2018. Sem o decreto, essa seria a primeira vez, desde a
redemocratização do País, que o indulto natalino não seria assinado pelo
presidente da República.
Isso porque, de
acordo com a Constituição, o chefe do Executivo pode conceder esse indulto aos
detentos uma vez ao ano – tradicionalmente, na época das festas de fim de ano.
Temer hesitou em assinar o decreto por conta do entrave causado na edição que
fez no ano passado.
Mais tarde, porém, Temer mudou de ideia e
decidiu conceder o benefício a presidiários mesmo sem o Supremo Tribunal
Federal (STF) ter concluído julgamento sobre o decreto do ano passado, que foi
contestado pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
O presidente
Temer decidiu assinar o decreto, acatando o pedido feito pelo defensor
público-geral federal em exercício, Jair Soares Júnior, que solicitou que o indulto
fosse editado para este ano, alegando que o Brasil possui a terceira maior
população carcerária do mundo.
“Neste contexto,
a Defensoria Pública da União entende que a não edição do decreto de indulto no
presente ano agravará sobremaneira o estado de coisas inconstitucionais
vivenciado no sistema carcerário, razão pela qual se faz necessária a edição de
novo decreto de indulto antes de encerrado o ano de 2018, nos termos do Decreto
nº 9.246, de 21 de dezembro de 2017”, pediu.
Ainda ontem, o ministro do STF, Marco Aurélio Mello, reforçou que o
instrumento é tradicional no País. "O indulto é uma tradição no
Brasil", afirmou. Por sua vez, assim como Jungmann , o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun,
garantiu que o indulto sai entre hoje e amanhã. "Hoje ou amanhã, deve sair
o indulto, isso já ficou decidido e agora estamos vendo detalhes", disse.
Fonte: Ultimo
Segundo IG