Presidente
nacional do Democratas, o prefeito de Salvador, ACM Neto, disse, ontem, não
acreditar que o governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) perseguirá a
Bahia, mas afirmou que o governador reeleito Rui Costa (PT) precisa descer do
palanque. “Espero que não haja punição a ninguém [na gestão de Bolsonaro]. A
eleição tem que encerrar as disputas. Não creio, pelo que conheço do presidente
eleito Jair Bolsonaro, que ele tenha o espírito de perseguir a Bahia porque Rui
Costa não o apoiou na eleição. Por outro lado, Rui Costa precisa descer do
palanque. Não adianta Rui Costa estar aqui na Bahia esculhambando o presidente
e querer ir a Brasília e querer as portas abertas. Precisa descer do palanque e
colocar o interesse do estado em primeiro lugar. Tenho certeza que ninguém vai
permitir, inclusive, eu não vou permitir que a Bahia seja perseguida. Acho que
o presidente eleito tem todo o interesse de prestigiar o Nordeste”, afirmou em
entrevista à Rádio Câmara Salvador. O prefeito voltou a criticar o fato de
pedir uma reunião com Rui Costa para tratar da mobilidade urbana da capital
baiana, mas, até o momento, o governador não marcar. Segundo ele, o petista
“não separa” as divergências políticas da administração. “O desprezo dele não é
por mim. Até porque, eu não estou nem aí para o carinho dele. O desprezo dele é
com a população de Salvador. Eles não se conformam porque, no fundo, o que Rui
Costa gostaria é de que a prefeitura de Salvador fosse uma secretaria do
governo do estado, que ele pudesse mandar. Isso não vai acontecer”, declarou.
“Rui Costa tem um recalque. Até imaginava que era um problema comigo, porque
ele poderia ter na cabeça que eu seria candidato a governador esse ano. Então,
me via como adversário dele. O meu fantasma ficava na cabeça dele. Quando
anunciei a decisão que não seria candidato a governador, imaginei que isso iria
acabar. Que as coisas poderiam ter um caminho de tranquilidade, de diálogo”,
acrescentou. Sobre a eleição de 2022 quando acontecerá a sucessão do governado
reeleito Rui Costa (PT), o prefeito admitiu que pode ser candidato. “Essa
hipótese existe? Claro que existe. Isso será ou não construído a partir de
2021. Até 2020, é gestão. Agora, como hipótese, é claro que existe”, declarou.
ACM Neto cogitou ser postulante ao Palácio de Ondina no pleito deste ano, mas
desistiu e apoiou o ex-prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo (DEM), na
corrida eleitoral. O prefeito também comentou o imbróglio em torno do reajuste
do ônibus. Ele suspendeu o aumento até que os empresários renovem a frota. “Não
dá mais para Salvador continuar com uma frota antiga, com ônibus quebrando toda
hora. Ônibus que, infelizmente, não trazem conforto à população e é obrigação
do concessionário, que está previsto no contrato, garantir a renovação da
frota. A oportunidade para isso é agora”, ressaltou. Neto criticou o governo do
estado por reajustar o contrato, com o consórcio formado pela Odebrecht e OAS,
por R$ 167,9 milhões para a Arena Fonte Nova. “Como é que o governo do estado
paga de contrapartida pela PPP da Fonte Nova R$ 168 milhões por ano? Isso é uma
vergonha. Em dois anos, dá para construir um estádio. Isso é um absurdo. Ele
está com um nível de comprometimento com as PPPs (Fonte Nova, o metrô, Hospital
do Suburbio e outras)”, declarou.
Tribunal
da Bahia
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