O
presidente Michel Temer aposta em um cenário mais favorável para enfrentar a
nova denúncia que deve ser apresentada contra ele pela PGR (Procuradoria-Geral
da República).
Em
conversas com ministros e parlamentares durante o fim de semana, o peemedebista
avaliou que as prisões dos executivos Joesley Batista e Ricardo Saud
enfraqueceram ainda mais a chance de prosperar essa acusação, que precisará ser
votada no plenário da Câmara.
Para
auxiliares e assessores presidenciais, o episódio fragilizou o procurador-geral
da República, Rodrigo Janot, e reduziu a legitimidade de uma segunda denúncia
contra Temer, desta vez por obstrução judicial e organização criminosa.
A
pedido do presidente, foi feita uma consulta informal a líderes da base aliada
para avaliar o impacto de uma nova denúncia. O prognóstico recebido é de que
ela deve ter menos apoio inicial do que a acusação anterior, por corrupção
passiva, que acabou barrada em plenário.
Ainda
assim, o Palácio do Planalto avalia que o episódio deve levar os partidos da
base aliada a retomar a reivindicação por cargos e emendas parlamentares. Além
disso, a postura do PSDB, que votou em peso a favor da denúncia anterior, é
considerada uma incógnita em uma nova votação.
A
ideia é que o próprio presidente se reúna com partidos governistas que tiveram
alto índice de traição na votação passada, como PSDB, Solidariedade e PV, para
expor pessoalmente a sua defesa.
Nas
palavras de um ministro, além de iniciar uma nova batalha com o peso de uma
vitória anterior, o presidente terá como trunfo um discurso mais consistente
para desqualificar a nova denúncia, já que a delação premiada da JBS foi
colocada sob suspeita.
No
entanto, a ideia é que o presidente evite fazer críticas públicas a Janot,
terceirizando a função para deputados governistas. Assim, Temer evitaria
desgastar ainda mais a relação entre o Planalto e o Ministério Público Federal,
no momento em que a instituição passa por uma troca de comando.
O
discurso adotado pela base aliada é de que a nova denúncia seria motivada
exclusivamente por uma perseguição de Janot a Temer e por uma tentativa
derradeira de continuar sob os holofotes, já que o procurador-geral deixará o
cargo no dia 18.
Bastidores
do Poder