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domingo, 10 de setembro de 2017

Temer aposta em cenário mais favorável para encarar nova denúncia



Temer aposta em cenário mais favorável para encarar nova denúncia

O presidente Michel Temer aposta em um cenário mais favorável para enfrentar a nova denúncia que deve ser apresentada contra ele pela PGR (Procuradoria-Geral da República).
Em conversas com ministros e parlamentares durante o fim de semana, o peemedebista avaliou que as prisões dos executivos Joesley Batista e Ricardo Saud enfraqueceram ainda mais a chance de prosperar essa acusação, que precisará ser votada no plenário da Câmara.
Para auxiliares e assessores presidenciais, o episódio fragilizou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e reduziu a legitimidade de uma segunda denúncia contra Temer, desta vez por obstrução judicial e organização criminosa.
A pedido do presidente, foi feita uma consulta informal a líderes da base aliada para avaliar o impacto de uma nova denúncia. O prognóstico recebido é de que ela deve ter menos apoio inicial do que a acusação anterior, por corrupção passiva, que acabou barrada em plenário.
Ainda assim, o Palácio do Planalto avalia que o episódio deve levar os partidos da base aliada a retomar a reivindicação por cargos e emendas parlamentares. Além disso, a postura do PSDB, que votou em peso a favor da denúncia anterior, é considerada uma incógnita em uma nova votação.
A ideia é que o próprio presidente se reúna com partidos governistas que tiveram alto índice de traição na votação passada, como PSDB, Solidariedade e PV, para expor pessoalmente a sua defesa.
Nas palavras de um ministro, além de iniciar uma nova batalha com o peso de uma vitória anterior, o presidente terá como trunfo um discurso mais consistente para desqualificar a nova denúncia, já que a delação premiada da JBS foi colocada sob suspeita.
No entanto, a ideia é que o presidente evite fazer críticas públicas a Janot, terceirizando a função para deputados governistas. Assim, Temer evitaria desgastar ainda mais a relação entre o Planalto e o Ministério Público Federal, no momento em que a instituição passa por uma troca de comando.
O discurso adotado pela base aliada é de que a nova denúncia seria motivada exclusivamente por uma perseguição de Janot a Temer e por uma tentativa derradeira de continuar sob os holofotes, já que o procurador-geral deixará o cargo no dia 18.


Bastidores do Poder

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