O
juiz federal Sérgio Moro afirmou na decisão que colocou o ex-presidente Lula no
banco dos réus da Lava Jato mais uma vez, que se o petista pagou pelas obras do
sítio de Atibaia, terá facilidade em comprovar. Lula é réu por corrupção e
lavagem de dinheiro, pois seria o beneficiário das reformas de R$ 1,020 milhão
na propriedade rural. “Se o ex-presidente da República arcou com as despesas da
reforma terá facilidade para produzir a prova documental pertinente durante o
curso da ação penal, uma vez que, usualmente, transações da espécie são feitas
mediante registros documentais e transferências bancárias”, anotou Moro. O
magistrado, no entanto, anotou que ‘não há qualquer registro de que o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha pago qualquer valor por essas
reformas realizadas no Sítio de Atibaia’.
“Os
elementos probatórios juntados pelo Ministério Público Federal e também
colacionados pela Polícia Federal permitem, em cognição sumária, conclusão de
que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva comportava-se como proprietário
do Sítio de Atibaia e que pessoas e empresas envolvidas em acertos de corrupção
em contratos da Petrobrás, como José Carlos Cosa Marques Bumlai, o Grupo
Odebrecht e o Grupo OAS, custearam reformas na referida propriedade, tendo por
propósito beneficiar o ex-presidente”, destacou o magistrado.
O
Ministério Público Federal afirma que as empreiteiras Odebrecht e OAS teriam
pago vantagem indevida a Lula em reformas no Sítio de Atibaia por ele usado. Os
valores seriam parte do acertos de propinas destinadas ao PT em seis contratos
– três de cada empresa – com a Petrobrás. A Lava Jato destaca que a propriedade
‘passou a sofrer reformas significativas ainda em 2010, ou seja, durante o
mandato presidencial e que prosseguiram até meados de 2014’. Segundo o Ministério
Público Federal, nas reformas do sítio foram gastos R$ 150.500,00 por José
Carlos Costa Marques Bumlai ‘com o auxílio de Rogério Aurélio Pimentel
(segurança de Lula) e de Fernando Bittar (formal proprietário do sítio)’, mais
R$ 700 mil pela Odebrecht e R$ 170 mil pela OAS.
Estadão.