Sem
conseguir votar a denúncia contra o presidente Michel Temer antes do recesso
parlamentar, o governo colocou o pé no freio e não mobilizou os deputados para
que o parecer aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) seja lido
no plenário nesta segunda-feira, 17. Para que haja sessão, é necessário que 51
deputados marquem presença. Na última sexta-feira, a leitura do relatório foi
adiada porque apenas 24 parlamentares estavam na Casa. Segundo o líder do PMDB
na Câmara, deputado Baleia Rossi (SP), o novo cronograma do governo prevê a
leitura no dia 1º de agosto, a primeira sessão após a volta do recesso. A
leitura é uma das etapas necessárias para ocorrer a votação no plenário,
marcada para o dia 2. Somente depois de ser lido, o parecer poderá ser
publicado no Diário Oficial da Câmara e o presidente da Casa, Rodrigo Maia
(DEM-RJ), será notificado para que possa incluir a denúncia na pauta de
votação. O governo queria ter realizado a votação antes do recesso parlamentar,
mas concordou em adiar a votação ao se dar conta que, sem a ajuda da oposição,
não conseguiria colocar 342 deputados no plenário para dar início à sessão. O
número foi uma exigência de Maia, sob a alegação de que o resultado poderia ser
contestado no Supremo Tribunal Federal (STF) se ocorresse com um quórum menor.
Para que a denúncia tenha seguimento, é preciso o apoio de 342 deputados.
Estadão
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