As principais centrais
sindicais do Brasil se uniram ontem, na Avenida Paulista, para cobrar a redução
dos juros no país. Atualmente a taxa Selic (a taxa básica de juros) está em
14,25% e, segundo os representantes dos trabalhadores, prejudica a geração de
postos de trabalho (o índice de desemprego no Brasil está em 11,2%, segundo o
IBGE).
“Eu quero agora, eu quero
já, eu quero ver o juros abaixar”, gritavamos sindicalistas no ato organizado
pelas centrais sindicais Força Sindical, CUT, UGT, NovaCentral, CSB e CTB.
O protesto contra os juros
altos coincidiu com o início da reunião do Copom (Comitê de PolíticaMonetária).
O encontro tem como objetivo principal decidir se mantém,reduz ou eleva a
Selic. João Carlos Gonçalves, o Juruna,
secretário-geral da Força Sindical, ressaltou a importância desta
atividade unitária envolvendo todos os principais braços sindicais.
“Estamos retomando a unidade
de ação do movimento sindical, na luta contra a retirada de direitos, em um
momento difícil que o país atravessa”, disse Juruna.
“A indústria nacional
atravessa uma de suas piores crises, com números de desemprego cada vez maiores
no setor”, alertou Sérgio Nobre, secretário-geral daCUT. Segundo ele, neste
momento, a queda na taxa de juros significa o aumento no investimento na
produção e, consequentemente, abertura de postos de trabalho.
O secretário-geral da CTB,
Wagner Gomes, lembrou que organizar a luta em conjunto com todas as centrais
mostra a força da classe trabalhadora contra os juros altos,mas principalmente
mostra que os trabalhadores estão atentos e não vão permitir que o governo
adote medidas que acabam com
os direitos conquistados com mobilizações.
“O país não vai crescer com
juros altos, ao contrário, alta taxa de juros é transferir a renda dos
trabalhadores para as mãos
dos banqueiros”, afirmou o
presidente da NCST/SP, Luiz Gonçalves.
Juruna ressaltou que no
próximo dia 26 será realizada uma plenária das centrais sindicais que contará
com a presença dos presidentes de todas as instâncias estaduais de cada uma
dessas organizações e será mais uma prova de força.
“Vamos promover uma jornada
de luta em torno dos interesses da classe trabalhadora e elaborar uma agenda
unitária que visa o enfrentamento desta política adotada pelo governo contra os
direitos trabalhistas e previdenciários”, afirmou o representante da Força em
relação ao futuro do movimento.
Ascom Força Sindical