Os trabalhadores das empresas que optarem pelo PPE (Programa
de Proteção ao Emprego), instituído ontem pelo governo federal, poderão ter uma
redução de até 13,32% no salário. Pelas regras, o PPE poderá ser adotado por
companhias durante uma crise econômica.A empresa poderá reduzir em até 30% a
jornada e o salário pago a todos os seus funcionários ou a um setor específico.
Para que o salário do trabalhador não tenha uma queda tão brusca, o governo irá
complementar os valores com recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador).
Essa complementação federal será de 50% sobre o valor da
redução salarial, limitada a R$ 900,84.
Quanto maior o salário do trabalhador, mais ele perde.
Simulações feitas pelo Agora mostram que um funcionário com salário de R$ 8.000
teria uma redução de 13,32% na comparação entre o salário liquido atual, após
os descontos do INSS e do Imposto de Renda, e o salário líquido com a adoção do
novo programa. Hoje, esse funcionário receberia remuneração de R$ 6.297. Com o
PPE, o valor seria de R$ 5.458.
Já para quem tem salário menor, há mais vantagem. Um
funcionário que recebe R$ 2.000 brutos hoje tem salário líquido de R$ 1.820. Se
a empresa adotar o PPE, o valor cairá para R$ 1.574, uma diferença de R$ 246.
Na prática, o profissional paga menos impostos, mas reduz a contribuição ao
INSS, o que poderá refletir na aposentadoria.
A proposta tem apoio das centrais sindicais, que prometem ir
ao Congresso para melhorá-la. “Há espaço para negociar a medida”, diz Sergio
Luiz Leite, primeiro secretário da Força Sindical.
Segundo ele, as negociações no Congresso serão para
beneficiar o trabalhador em tudo o que for possível. ‘’ Há espaço para negociar
a medida provisória’’, afirma.
Para a CUT (Central Única dos Trabalhadores), “o PPE não
institui e nem retira direitos, é uma medida temporária de contenção de
crise’’.
Ascom Força Sindical