Pela nona vez seguida, o
Banco Central (BC) reajustou os juros básicos da economia. Por unanimidade, o
Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou nesta quarta-feira (2) a taxa
Selic em 0,25 ponto percentual, para 11% ao ano. É o maior nível desde novembro
de 2011. Em agosto daquele ano, a taxa passou a ser reduzida sucessivamente
pelo Copom até atingir 7,25% ao ano em outubro de 2012, o menor valor da
história. A Selic foi mantida nesse patamar até abril de 2013, quando o Copom
iniciou um novo ciclo de alta nos juros básicos para conter a inflação.
A taxa Selic é o principal
instrumento do BC para manter a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional
de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), dentro da meta estabelecida pela equipe
econômica. De acordo com o Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de
inflação corresponde a 4,5% (centro da meta), com margem de tolerância de 2
pontos percentuais, podendo variar entre 2,5% (piso da meta) e 6,5% (teto da meta).
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA
acumulado em 12 meses estava em 5,68% até fevereiro, alta em relação aos 5,59%
acumulados até janeiro. Mesmo assim, o índice acumulado desacelerou na
comparação com junho, quando chegou a 6,7% e superou o teto da meta de inflação
do governo. De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições
financeiras divulgadas pelo Banco Central, o IPCA encerrará 2014 em 6,3%. A
estimativa foi elevada pela quarta semana seguida.
Por outro lado, o aumento da
taxa Selic prejudica o reaquecimento da economia, que cresceu 2,3% no ano
passado e ainda está sob o efeito de estímulos do governo, como desonerações e
crédito barato. De acordo com o Focus, os analistas econômicos projetam crescimento
de 1,69% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014. A taxa é usada nas negociações
de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e
serve como referência para as demais taxas de juros da economia. Ao
reajustá-la, o Banco Central contém o excesso de demanda, que se reflete no
aumento de preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a
poupança. Ao reduzir os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a
produção e o consumo, mas alivia o controle sobre a inflação.
Agencia Brasil