O
presidente Jair Bolsonaro considera participar, no próximo domingo (26), de
manifestações convocadas no país inteiro em apoio ao seu mandato. O
movimento, que é também contrário ao Congresso e ao STF (Supremo Tribunal
Federal), tem sido defendido, nas redes sociais, pelos filhos do presidente e
por parlamentares do PSL, partido de Bolsonaro. Segundo relatos feitos à
reportagem, o presidente indicou, em conversas reservadas, a disposição de
comparecer, mas afirmou que ainda não havia tomado uma decisão.
A
presença dele é defendida pelo núcleo ideológico do Palácio do Planalto,
formado por seguidores do escritor Olavo de Carvalho. Para eles, a participação
do presidente seria um gesto importante a seus apoiadores. O grupo moderado,
que é composto pelos militares, no entanto, considera a ida de Bolsonaro um
erro. Para eles, o presidente sofrerá um desgaste independentemente da adesão
do público. Conforme publicou a Folha de S.Paulo, no domingo (19), a avaliação
é de que manifestações de pequeno porte seriam associadas a perda de capital
político. Se foram amplas e em tom beligerante, têm potencial para elevar a
tensão do Executivo com o Judiciário e o Legislativo.
Os
atos, que estão sendo convocados sob o mote de que "corruptos querem
sabotar o governo e destruir o Brasil", afastaram os grupos que estiveram
à frente das manifestações pelo impeachment de Dilma Rousseff. Em nota
divulgada na noite desta segunda (20), o Vem Pra Rua afirmou que não aderiu aos
atos porque respeita "o equilíbrio institucional entre os poderes da
República". "A democracia não pode prescindir de poderes fortes e
independentes."
Mais
cedo, nas redes sociais, o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP), um dos líderes do
MBL (Movimento Brasil Livre), afirmou que o grupo não defende e nem vai
participar das manifestações de domingo "por uma razão muito
simples".
"Duas pautas principais das manifestações são a
invasão ou fechamento do Congresso, o que por si só já é uma medida
antiliberal, anticonservadora e antirrepublicana. E outra, da mesma maneira, é
o fechamento do STF", disse.
Apoiadores de Bolsonaro contrários às convocações
beligerantes estão atuando para tentar mudar a pauta da manifestação. O esforço
é que o movimento seja de apoio à reforma da Previdência e ao pacote anticrime
do ministro da Justiça, Sergio Moro.
Bastidores
do Poder
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