Ganha
fôlego a mobilização dos médicos credenciados ao Planserv, capitaneada pelo
Sindimed. Nesta terça-feira (19), ocorreu mais um encontro para discutir temas
essenciais como atualização da tabela de honorários e a reação contra o que é
considerado um desmonte do importante serviço, por parte do governo do estado.
Na assembleia, ficou decidido que se até 8 de abril as
discussões com Executivo Estadual não avançarem, haverá paralisação também das
consultas eletivas das especialidades nas quais as cirurgias já estão
suspensas. A presidente do Sindimed, Ana Rita de Luna, assinalou que agora,
mais que nunca, é o momento das demais especialidades envolvidas se unirem para
obter avanço.
No último dia 15 de
março, um acordo foi firmado entre os anestesiologistas e a gestão do Planserv,
demonstrando que é possível, sim, defender com altivez e união às demandas da
classe médica, porque são justas. É evidente que essa medida isolada, com uma
única especialidade, não é suficiente para resolver os graves problemas que
afligem os demais profissionais, por isto é que o movimento prossegue,
inclusive, com mais adesões.
As especialidades que já
tiveram suspensas as cirurgias em função da falta de diálogo do governo com a
categoria médica são coloproctologia, cirurgia geral, do aparelho digestivo,
além das áreas de urologia, otorrino, cirurgia de coluna, de joelho, de quadril
e de ombro, mastologia, cirurgia vascular, neurocirurgia, hemodinâmica,
eletrofisiologia e cirurgia de cabeça e pescoço.
‘Desasistência
Silenciosa’
O Sindimed reitera que a
atual forma de gestão do Planserv leva a uma espécie de ‘desasistência
silenciosa’. Isso se traduz também no descompasso em relação aos avanços
terapêuticos e diagnósticos verificados nos últimos anos. Falta, sim,
investimento para tornar o serviço mais eficiente e moderno.
Falta mais investimento,
inclusive, para que se promova a urgente revisão da tabela de honorários,
esperada há pelo menos três anos pelos médicos credenciados ao plano. Em
relação aos pacientes, o que se vê é a redução de atendimentos em função da
política de cotas e, por conseguinte, mais dificuldade para a marcação de
consultas e procedimentos em geral.
Vale lembrar que enquanto o
governo do estado alardeia em seus canais de comunicação ter feito
investimentos importantes, o fato é que o repasse oficial ao Planserv foi
reduzido de 4% para 2%, ou seja, caiu pela metade. E esta redução de subsídio,
é claro, leva à limitação dos atendimentos, feitos de acordo com as cotas
repassadas aos estabelecimentos conveniados. Sem falar nos atrasos de repasses
para hospitais e médicos.
Segundo o próprio governo,
embora a adesão ao Planserv seja facultativa, três em cada quatro servidores
pagam parte do plano, formando com seus familiares um grupo de 520 mil pessoas
atendidas. E quem vive a realidade do Planserv de hoje, como os médicos,
funcionários e pacientes, sabe muito bem que o serviço está longe de cumprir
sua missão, que é “promover assistência à saúde, contribuindo para a qualidade
de vida dos seus beneficiários”.
Fonte: SINDIMED