A professora
ipiauense que acusa a polícia da Espanha de racismo, após ter sido impedida de
entrar no país, denunciou o caso para o Escritório de Representação do
Ministério das Relações Exteriores na Bahia (EREBAHIA), em Salvador, nesta
quarta-feira (9).
A informação foi divulgada pela defesa de Stella da
Silva. De acordo com o advogado Manoel Campos, além do órgão, o Ministério da
Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, em Brasília, também foi acionado.
O G1 entrou em contato com o Ministério das Relações
Exteriores, que informou que caso está sob avaliação.
Stella é moradora da cidade de Ipiaú, no sul da Bahia. A
situação aconteceu quando a professora foi passar as férias de fim de ano com
familiares, que moram na região da Cantábria, em dezembro do ano passado.
Stella foi recebida por uma equipe da Polícia de
Fronteira da Espanha, no Aeroporto de Madri, no dia 26 de dezembro. A
professora foi questionada pelos policiais sobre como conseguiria passar 30
dias no país.
“Eles não aceitavam minhas justificativas. Eu não era
considerada turista desde o primeiro momento. Eu fui tratada como criminosa
desde o primeiro momento na Espanha”, disse Stella.
Ela conta que mesmo tendo o
passaporte, passagens de volta compradas, dinheiro trocado para o euro, seguro
de viagem feito e uma carta convite feita pelo cunhado, que é espanhol, foi
barrada na entrada do país.
Para a professora, ela foi
impedida pela funcionária da polícia por conta de racismo. Stella informou que
a espanhola não acreditou quando ela informou que era funcionária pública.
“Ela me indagou: ‘Se você
trabalhasse para o governo, você saberia que essa carta não é válida’. Aí eu
falei para ela: ‘Como assim trabalhasse para o governo? E por que essa carta
não é válida? É uma carta muito bem escrita. Ela tem todas as informações’.
Falando sempre muito alto, ela me disse: ‘Saia da fila e espere ali do lado,
que você vai passar por outra entrevista’”, contou Stella.
Mesmo após tentar comprovar
que estava apta a entrar na Espanha, Stella foi impedida. A baiana voltou para
Ipiaú no dia 29 de dezembro.
Por conta da forma em que
foi tratada, Stella diz que não pretende mais viajar para o continente europeu.
“Eu nunca imaginei que fosse
passar por algo semelhante. É muito difícil pensar em voltar à Europa, porque
foi um pesadelo o tempo que eu estive lá”, disse.
Além do advogado no Brasil,
a professora também conta com auxílio de uma defensora pública na Espanha, que
acompanha o caso no país europeu.
Fonte: Ipiau Oline