Pela nona
vez seguida, o Banco Central (BC) baixou os juros básicos da economia. Por
unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu hoje (6) a taxa
Selic em 0,75 ponto percentual, de 8,25% ao ano para 7,5% ao ano. A decisão era
esperada pelos analistas financeiros.
Com a redução de hoje, a Selic iguala-se ao nível de maio de
2013, quando também estava em 7,5% ao ano. De outubro de 2012 a abril de 2013,
a taxa foi mantida em 7,25% ao ano, no menor nível da história, e passou a ser
reajustada gradualmente até alcançar 14,25% ao ano em julho de 2015. Somente em
outubro do ano passado, o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia.
A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter
sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA). Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), o IPCA ficou em 0,16% em setembro, próximo da mínima
histórica de 0,08% registrada em setembro do ano passado.
Nos 12 meses terminados em setembro, o IPCA acumula 2,54%, a
menor taxa em 12 meses desde fevereiro de 1999. Até o ano passado, o Conselho
Monetário Nacional (CMN) estabelecia meta de inflação de 4,5%, com margem de
tolerância de 2 pontos, podendo chegar a 6,5%. Para este ano, o CMN reduziu a margem
de tolerância para 1,5 ponto percentual. A inflação, portanto, não poderá
superar 6% neste ano nem ficar abaixo de 3%.
No Relatório
de Inflação, divulgado no fim de setembro pelo Banco Central, a
autoridade monetária estima que o IPCA encerrará 2017 em 3,2%. De acordo com o
boletim Focus, pesquisa semanal
com instituições financeiras divulgada pelo BC, a inflação oficial deverá
fechar o ano em 3,06%, mesmo com os aumentos recentes nos preços dos
combustíveis.
Até agosto do ano passado, o impacto de preços administrados,
como a elevação de tarifas públicas; e o de alimentos como feijão e leite
contribuiu para a manutenção dos índices de preços em níveis altos. De lá para
cá, no entanto, a inflação começou a cair por causa da recessão econômica e da
queda do dólar.
Economia & Negócios