O
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, aproveitou a sessão
da Primeira Turma nesta terça-feira, 10, para voltar a criticar o
ex-procurador-Geral Rodrigo Janot. Gilmar disse que Janot não tinha
"estatura para estar onde estava" e que é "uma figura lamentável".
O ministro também afirmou que nos dias atuais há "a impressão de que é a
Polícia ou Ministério Público que decretam a prisão e não a Justiça".
"Temos que fazer uma revisão disso", disse, destacando que o poder
Judiciário não pode ser apenas um órgão "homologador".
Gilmar
fez as críticas contra Janot ao comentar o pedido de impedimento feito pelo
então procurador para que o ministro não pudesse julgar pedidos do empresário
Eike Batista, do ex-presidente da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros
do Estado do Rio (Fetranspor) Lélis Teixeira e do empresário Jacob Barata
Filho, conhecido como Rei do Ônibus - presos em desdobramentos da Lava Jato no
Rio de Janeiro. Janot apontou que a esposa de Mendes, Guiomar Ferreira Mendes,
trabalha em escritório que defende Eike e Teixeira, e que o ministro foi
padrinho de casamento de Jacob Barata Filho.
"Janot
não tinha estatura para estar onde estava. Agora mesmo, os jornais revelam que
ele mentiu para essa corte quanto aos contatos com a JBS, dizendo que começaram
contato 27 de março. Agora está atestado pela PGR (que começaram) do dia 2, e
gravou o presidente (Michel Temer) dia 7. Uma figura dessas é lamentável vir
arguir a suspeição e o impedimento (de um ministro)", criticou. "O
seu melhor epitáfio é aquela sua foto com Pierpaollo Bottini num bar de
Brasília, estava usando óculos escuros faltou-lhe a peruca."
Gilmar
aproveitou também a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF),
Edson Fachin, que determinou o arquivamento de inquérito que investigava o
líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), o senador Renan Calheiros
(PMDB-AL), o ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) e o ex-diretor da Transpetro
Sérgio Machado por supostamente terem atuado para obstruir a operação Lava
Jato.
Bastidores
do Poder