O ministro Marco Aurélio
Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse ao Broadcast Político, serviço
de notícia em tempo real do Grupo Estado, que levará para julgamento na
Primeira Turma do STF os recursos apresentados contra a decisão do ministro Edson
Fachin que afastou o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e que levou à prisão a irmã
do tucano, Andrea Neves, o primo, Frederico Pacheco, e o assessor parlamentar
Mendherson Lima. A Procuradoria-Geral da República (PGR) insistiu no pedido de
prisão de Aécio, que havia sido negado por Fachin na primeira decisão. Por
outro lado, a defesa de Aécio quer anular o afastamento. Por sua vez, os três
presos na investigação, Andrea, Frederico e Mendherson, querem a revogação da
prisão preventiva. Marco Aurélio havia dito, inicialmente, que os agravos —
como é chamado o tipo de recurso — seriam levados para o plenário, conforme o
entendimento antecipado de Fachin, que era o relator do caso e decidiu pela
redistribuição. “Mas, como o presidente Michel Temer não está mais na
investigação, o julgamento dos pedidos deve ser feito na Primeira Turma”,
afirmou Marco Aurélio.
O ministro disse não ter
previsão de quando os recursos serão julgados. Segundo ele, depende da
manifestação de todas as partes em resposta aos pedidos. A defesa de Aécio já
respondeu ao agravo do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Mas até o
momento, a Procuradoria ainda não respondeu aos pedidos das defesas.
Considerada mais rigorosa na área penal, a Primeira Turma do STF é formada por
Marco Aurélio Mello, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux e Alexandre de
Moraes. Alexandre foi citado por Aécio na conversa gravada entre o senador
afastado e o empresário e delator Joesley Batista, sócio do Grupo J&F,
entregue ao Ministério Público Federal no acordo de colaboração premiada.
Segundo Janot, “o senador teria tentado organizar uma forma de impedir que as
investigações avançassem, por meio da escolha dos delegados que conduziriam os
inquéritos, direcionando as distribuições, mas isso não teria sido finalizado
entre ele, o Michel Temer e o ministro da Justiça e atual ministro do Supremo
Tribunal Federal, Alexandre de Moraes”.
Estadão