O aumento dos preços dos
insumos básicos cacau (que subiu mais de 50%), leite (16%) e açúcar (10%),
contribuíram para elevar os preços dos ovos de Páscoa, disse hoje (15) à
Agência Brasil o economista André Braz, do Instituto Brasileiro de Economia da
Fundação Getulio Vargas (IBRE-FGV). Os ovos ficaram 6,78% mais caros, em média,
em comparação com o mesmo período do ano passado, superando a inflação
acumulada entre abril de 2013 e março deste ano, medida pelo Índice de Preços
ao Consumidor (IPC) da FGV, que alcançou 6,09%.
“Com os insumos básicos mais
caros, esses produtos vão atrás”, disse André Braz. Segundo ele, o apelo
emocional também contribui para a elevação dos preços, uma vez que se trata de
um produto diferenciado que muitas famílias gostam de utilizar na
confraternização da Páscoa.
“De fato, ele [o ovo de
Páscoa] registra, anualmente, uma alta próxima da inflação dos últimos 12
meses. E 2014 não está sendo diferente. A variação acumulada pelo produto
encosta na inflação, em termos médios e, em algumas cidades, essa alta é até superior”,
comentou o economista. A pesquisa do IBRE, divulgada hoje, no Rio de Janeiro,
mostra que, das sete capitais pesquisadas, o preço do ovo de Páscoa subiu mais
em Porto Alegre (7,70%), seguida de Belo Horizonte (7,57%). No sentido inverso,
as cidades que apresentaram menor crescimento de preço no produto foram
Salvador (6,25%) e Brasília (6,31%). Nas demais capitais, o incremento alcançou
6,99% (Recife); 6,51% (São Paulo); e 6,35% (Rio de Janeiro).
André Braz destacou que à
medida que o feriado da Semana Santa se aproxima, o preço dos ovos pode subir
um pouco mais. “Esses preços flutuam um pouco, até para baixo, em função da
própria demanda. Se a resposta do consumidor aos preços colocados for boa, isso
diminui a ocorrência de promoções e pode, até, encarecer o produto”.
Na média nacional, o produto
que registrou a maior alta em comparação à Páscoa de 2013 foi o ovo de 50
gramas (7,76%).