As explicações da presidenta
da Petrobras, Graça Foster, no Senado, nesta terça (15), não eliminam a
necessidade de investigações mais profundas no Congresso sobre os contratos da
empresa, na avaliação de senadores de oposição e independentes. Mesmo depois de
passar cerca de seis horas ouvindo Graça Foster responder aos questionamentos,
alguns parlamentares consideram que ainda há fatos que precisam ser melhor
esclarecidos sobre a gestão da companhia.
Apesar de fazer parte de um
partido da base aliada, a senadora Ana Amélia (PP-RS) se declara “independente”
e defende a instalação da comissão parlamentar de inquérito (CPI) proposta pela
oposição depois da audiência. Na opinião dela, a presidenta da Petrobras
demonstrou “liderança e segurança” em suas respostas, mas deixou lacunas sobre
temas que precisam ser melhor esclarecidos. “Mesmo que ela tenha se esforçado
para responder a todos os questionamentos, só a admissão de que a compra da
refinaria de Passadena foi um mau negócio já justifica uma investigação [do
Congresso]”, avaliou a senadora.
O senador oposicionista
Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) também considerou que os temas centrais sobre o
contrato de compra da refinaria de Passadena, nos Estados Unidos, não foram
respondidos. “A CPI se faz cada vez mais necessária", segundo ele.
"Os temas centrais não foram respondidos. Por que o preço pago pela
refinaria, mesmo tendo sido por ela ajustado para US$ 360 milhões na compra
original, mas se pagou US$ 1,2 bilhão? Não se esclareceu porque o Conselho de
Administração aprovou a compra sem o conhecimento pleno da documentação. E o
que é mais grave, depois de ter tomado conhecimento, em 2008, não se tomou
nenhuma providência em relação ao diretor responsável pela omissão das
cláusulas do contrato que eram decisivas para o fechamento do negócio. Então,
as dúvidas perduram, e é necessário que a comissão parlamentar de inquérito
seja instalada”, acrescentou.
Poder & Política
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