A tese de
não anulação da sentença do caso do sítio de Atibaia se saiu vitoriosa no
julgamento nesta quarta-feira (27) no TRF-4. O revisor da Lava Jato na corte,
Leandro Paulsen, votou por não mandar o caso de volta à primeira instância por
alegado problema na ordem de fala de delatores e delatados.
Com
isso foi formada maioria para manter a condenação do ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva (PT) no processo do sítio em Atibaia (SP).
O relator, João Pedro Gebran Neto, já havia votado nessa
direção. Falta o voto do terceiro e último juiz, Carlos Thompson Flores.
Paulsen, assim como Gebran, diz que a nulidade da
sentença só poderia ser decretada se ficar comprovado o prejuízo às partes, o
que, diz não aconteceu. Paulsen acompanhou Gebran para manter a condenação
de Lula por corrupção e lavagem de dinheiro e aumentar pena para 17 anos, 1 mês
e 10 dias
O Supremo já anulou duas sentenças da Lava Jato
paranaense porque os acusados delatados não tiveram a oportunidade de
apresentar suas considerações finais após os delatores.
Gebran
disse discordar dessa medida e que ela deve valer apenas para casos futuros. O
juiz afirmou que é preciso provar que houve prejuízo a réus delatados que
apresentaram suas manifestações no mesmo prazo dos delatores.
A decisão da 8ª Turma contraria decisão do Supremo
Tribunal Federal (STF). A expectativa da defesa era de que o processo voltasse
à fase de alegações finais na primeira instância, por conta do entendimento do
STF de que réus delatados devem entregar as alegações finais somente após
réus delatores. No processo do sítio, delatores e delatados tiveram o
mesmo prazo para entrega dos documentos.
Bastidores do Poder
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