A Dívida
Pública Federal (DPF) ultrapassou a barreira de R$ 4 trilhões pela primeira vez
na história. O indicador, que inclui o endividamento interno e externo, subiu
2,03% em termos nominais, passando de R$ 3,993 trilhões em julho para R$ 4,074
trilhões em agosto. Os dados foram divulgados hoje (26) pelo Tesouro Nacional.
Apesar
da alta, a DPF continua abaixo do mínimo previsto pela equipe econômica.
Segundo o Plano Anual de Financiamento (PAF) da dívida pública, divulgado em
janeiro pelo Tesouro, a tendência é que a DPF encerre o ano entre R$ 4,1
trilhões e R$ 4,3 trilhões.
A Dívida Pública Mobiliária (em títulos) Interna (DPMFi),
em circulação no mercado nacional, subiu 1,74%, passando de R$ 3,846 trilhões
para R$ 3,913 trilhões. No mês passado, o Tesouro emitiu R$ 39,94 bilhões a
mais do que resgatou, principalmente em títulos corrigidos pela taxa Selic
(juros básicos da economia) e em títulos vinculados à inflação. O estoque
também subiu por causa da apropriação de juros, que somou R$ 27,02 bilhões.
A apropriação de juros representa o reconhecimento
gradual das taxas que corrigem os juros da dívida pública. As taxas são
incorporadas mês a mês ao estoque da dívida, conforme o indexador de cada
papel.
A forte alta do dólar no último mês fez a Dívida Pública Externa
subir 9,55% em agosto. O estoque passou de R$ 146,85 bilhões para R$ 160,87
bilhões, motivado principalmente pela valorização de 9,92% da moeda
norte-americana ocorrida no mês passado.
A
composição da DPF praticamente não mudou de julho para agosto. A participação
dos papéis corrigidos pela Selic passou de 38,37% para 38,35% de um mês para
outro. A fatia dos títulos prefixados (com taxas definidas no momento da
emissão) subiu levemente, de 31,05% para 31,44%. A participação dos títulos
vinculados à inflação passou de 26,73% para 26,06%. A parcela do câmbio, que
inclui a dívida pública externa, foi a que mais subiu, de 3,85% para 4,15%.
Por meio da dívida pública, o governo pega emprestado dos
investidores recursos para honrar compromissos. Em troca, compromete-se a
devolver o dinheiro com alguma correção, que pode ser definida com
antecedência, no caso dos títulos prefixados, ou seguir a variação da taxa
Selic, da inflação ou do câmbio.
Correio
Brasiliense
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