Os partidos
de oposição ao presidente Jair Bolsonaro (PSL) querem montar, na Câmara, bloco
único para conseguir espaço nas estruturas políticas e administrativas da
Casa. Em reunião nesta terça-feira (22), representantes de PT, PSOL e PSB
discutiram a formação, que pode ou não apoiar um único candidato à presidência
em oposição ao atual presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Os
três partidos são contrários à reeleição de Maia, mas há divergências
sobre qual candidatura poderia ser defendida. Segundo deputados ouvidos
pela reportagem, o PT tem demonstrado que está disposto a abraçar o lançamento
de Marcelo Freixo (PSOL-RJ) como o nome do bloco de oposição.
O PSB, mais ao centro -e com uma bancada ideologicamente
mais diversa- resiste mais em apoiar o deputado eleito. Além disso, a
unificação em torno de uma candidatura pode tornar mais difícil atrair para o
conjunto PDT e PC do B, que já declararam apoio a Maia.
"Eles
podem estar num outro bloco que não o do Rodrigo [Maia] e votar nele, não tem
impedimento nenhum", afirmou o líder do PSB, Tadeu Alencar, após o
encontro. Ele disse que deve tratar do assunto ainda nesta terça com o líder da
bancada do PDT, André Figueiredo (CE). Outros deputados demonstraram estar
mais céticos com relação a uma entrada do PDT no bloco, principalmente com a permanência
do PT. Eles ainda tentam atrair o PC do B, que possui uma ala mais ideológica
que estaria incomodada com a possibilidade de fechar com o PSL em torno do
mesmo candidato.
"O
mais importante é a união desses partidos, depois a questão da presidência",
afirmou Ivan Valente (PSOL-SP), após o encontro. Na ponta mais ideológica
do espectro político à esquerda, o partido tem por hábito lançar candidato
próprio e não formar bloco.
Nas duas últimas eleições, colocou na disputa a veterana
Luiza Erundina (SP). Isso pode dificultar planos de uma ala da oposição,
que pretende também convidar para compor a aliança partidos como PP e MDB. Do
chamado centrão, eles não se aliaram a Maia e têm candidatos próprios, como
Arthur Lira (PP-AL) e Fábio Ramalho (MDB-MG). Esses partidos têm agenda
reformista repudiada por partidos como o PSOL.
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, não descartou a
aliança com "outras forças", mas disse que a prioridade é a união dos
partidos de esquerda. "Primeiro nós queremos formar as forças da esquerda
e da centro-esquerda, o mais importante é isso", disse. Com a união
dos três partidos e da Rede, que se encontra com o PSOL nesta terça, o número
de parlamentares chegaria a quase cem. Com isso, o grupo teria direito a
espaços relevantes na Mesa Diretora, cuja formação é determinada pela
quantidade de deputados em bloco.
Com
informações da Folhapress.
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