Pouca gente sabe
que o autoexame dos pulsospermite que qualquer pessoa identifique arritmias
cardíacas que não costumam apresentar sintomas. Caracterizado como uma
alteração da frequência ou do ritmo dos batimentos cardíacos, o problema pode
passar despercebido e, se não tratado a tempo, pode ser fatal. De acordo com a
Cardiologista da Clínica ADS, Adriana Taboada, “não dá para abrir mão da
avaliação feita por um especialista por meio de avaliação clínica e exames
complementares, mas o autoexame dos pulsos é uma ferramenta adicional que
auxilia na detecção das arritmias no intervalo entre as consultas médicas
regulares”, defende.
Ela explica que
qualquer pessoa pode fazer este exame: jovens, idosos, homens e mulheres, pois
“as arritmias cardíacas podem ocorrer em qualquer idade, inclusive em quem não
tem aparentemente nenhuma doença cardíaca ou fator de risco para doenças do
coração”, frisa.
As arritmias
cardíacas podem ser intermitentes e, quando surgem, podem ter curta duração ou
podem se sustentar por períodos mais prolongados. Dessa forma, um autoexame dos
pulsos normal em determinado momento não exclui que, em outros momentos, o
paciente tenha arritmia. Por isso, “o autoexame deve ser feito com relativa
frequência. Não precisa ser todos os dias, mas uma vez por semana ou pelo menos
uma vez por mês vale a pena verificar os batimentos”, orienta Taboada.
Como fazer - O paciente deve posicionar os seus três dedos médios
sobre seu pulso radial no antebraço (o pulso radial pode ser encontrado
traçando-se uma linha imaginária em continuação ao polegar). Aplicando uma
pressão suave nos dedos, o paciente conseguirá sentir suas pulsações. Deve-se
contar quantas pulsações são sentidas em um intervalo de tempo de 15 segundos e
o resultado deve ser multiplicado por 4. Esta é a frequência cardíaca naquele
momento.
Desta forma, se
a pessoasente 20 pulsações em um intervalo de 15 segundos, por exemplo, deve
multiplicar o resultado por 4 (20x4) para encontrar o valor de 80 batimentos
por minuto (bpm). O valor normal da freqüência cardíaca em repouso é de 50 a
100 bpm. Frequências abaixo ou acima destes valores não necessariamente indicam
a presença de problemas cardíacos, mas servem de alerta para que o paciente
procure um cardiologista para investigação.
Outro aspecto que deve ser observado, além da frequência cardíaca,
é a regularidade dos batimentos. Qualquer alteração na cadência dos batimentos,
acelerações e desacelerações súbitas ou a presença de pausas nas pulsações
também são evidências da presença de arritmias. Se a partir do autoexame dos
pulsos, a pessoa desconfiar que o ritmo cardíaco não estánormal, o melhor a
fazer é agendar uma consulta com um médico cardiologista, pois somente este
especialista pode fazer o diagnóstico preciso e definir o melhor tratamento.
Vale destacar
que as consultas de rotina devem ser realizadas anualmente, mesmo para
pacientes assintomáticos. A realização de exames específicos é determinada pelo
médico assistente, de acordo com os fatores de risco e as necessidades de cada
paciente.
Carla Santana é jornalista
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