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segunda-feira, 20 de novembro de 2017

20 de novembro — Dia da Consciência Negra



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Em 20 de novembro comemora-se no Brasil o Dia da Consciência Negra. Mas você sabe o motivo de escolha dessa data?
Foi nesse dia, no ano de 1695, que morreu Zumbi dos Palmares. Este foi à liderança mais conhecida do chamado Quilombo dos Palmares, que se localizava na Serra da Barriga, atual estado de Alagoas. A fama e o símbolo de resistência e força contra a escravidão mostrado pelos palmarinos fizeram com que a data da morte de Zumbi fosse escolhida pelo movimento negro brasileiro para representar o Dia da Consciência Negra. A data foi estabelecida pela Lei 12.519/2011.
Outro motivo para a escolha dessa data foi o fato de que no Brasil o fim da escravidão é comemorado em 13 de maio. Nesse dia, no ano de 1888, a princesa Isabel assinou a Lei Áurea que abolia a escravidão no Brasil. Porém, comemorar o fim da escravidão em uma data em que uma pessoa branca e pertencente à família real portuguesa, a principal responsável pela escravidão no Brasil, assinou uma lei pondo fim ao cativeiro faz parecer que a abolição foi feita pelos próprios escravistas. Faz com que a abolição fosse apresentada como um favor dos brancos aos negros.
A escolha do dia 20 de novembro serviu, dessa forma, para manter viva a lembrança de que o fim da escravidão foi conseguido pelos próprios escravos, que em nenhum momento durante o período colonial e imperial deixaram de lutar contra a escravidão.
Os quilombos não deixaram de existir quando Palmares foi destruído sob o comando do bandeirante paulista Domingos Jorge Velho. Vários outros quilombos foram formados nos duzentos anos após o fim de Palmares.
Mesmo nos anos finais da escravidão a ocorrência de fugas em massa de escravos das fazendas, a ocupação de terras e a realização de rebeliões foram muito importantes para que a Lei Áurea fosse assinada.
O fim da abolição não representou também o fim dos problemas sociais para os escravos libertados. O racismo e a resistência à inclusão dos negros na sociedade brasileira após a abolição foram também um motivo para se escolher o 20 de novembro como data para se lembrar dessa situação.
A resistência dos afrodescendentes não se fez apenas no confronto direto contra os senhores e forças militares, ela também ocorreu no aspecto religioso e cultural, como no candomblé, na capoeira e na música. Relembrar essas características culturais é uma forma de mostrar a importância dos africanos escravizados e de seus descendentes na formação social do Brasil.
São esses alguns dos objetivos da comemoração do Dia Nacional da Consciência Negra em 20 de novembro.


Por Tales Pinto
Mestre em História


Um comentário:

  1. Minha reflexão sobre o Dia
    Em Goiás colonial, a escravidão negra africana, existente em grande escala, tem seu início e desenvolvimento com a descoberta do ouro no rio Vermelho.
    representa a base fundamental, não só para a atividade mineira de extração de ouro, mas para toda a atividade que se pretendia empreender nessa região. Recebe diretamente os reflexos da condição geral da escravidão no Brasil colônia. Regida pelo branco, foi entonada pelos fortes tons de brutalidade que tinha como principal ato - a identidade negada ao negro, que por sua vez, obedecia o maestro. É certo que, em muitos momentos, a sinistra música, perdia o compasso e desafinava, através da contestação do negro em relação à partitura. Com essa atitude pretendia ele, tocar outra música, uma outra melodia, que lhe fornecesse a sensação de liberdade em todos os sentidos. O fato, é que essa orquestra continuou nesse ritmo, mesmo depois do período áureo da atividade mineradora de extração de ouro, que representava a clave, ou seja, a referência para localizar na pauta, essas tristes notas. Assistiu a diminuição dos seus músicos e consequentemente do volume da música, através da miscigenação, da perda da vida que durava pouco, da compra de liberdade, entre outros fatores. Com o iminente fim do período colonial, existiam poucos músicos, quer dizer, escravos. Os ex-escravos são marginalizados na situação social recém-criada. Nas novas condições de existência - o preconceito, ou a ideologia muda de cara. Considerado antes o negro forte, robusto, "coisa" boa para a dureza do trabalho, agora, nessa hora, é taxado de mau elemento social, incapaz de submeter-se ao trabalho intelectual, analfabeto, desaculturado. Contudo, ao longo desse período, o negro lutou contra a desagregação étnica, reuniu os fragmentos de sua identidade nas manifestações religiosas e outras de origem africana, que durante e após a escravidão ele soubera preservar com extraordináriia astúcia.
    Emerson Risoa

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