A
reforma da Previdência, que para muitos já era dada como morta, voltou a ganhar
força, pelo menos nas declarações de pessoas ligadas ao governo. O presidente
da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse ontem (7) que vai pautar a votação do
projeto em outubro, depois da análise da reforma política. Para ele, com a
ajuda do governo, há condições de se conseguir o quórum necessário para votar o
projeto.
Na
quarta-feira, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, já havia afirmado
que a reforma da Previdência "será votada neste ano, sim, senhor".
Segundo ele, o momento agora é de voltar ao debate sobre a proposta, para
esclarecer pontos dela com os parlamentares.
A
mudança de humor em relação à Previdência veio depois do anúncio da revisão do
acordo de colaboração premiada dos executivos da JBS pelo procurador-geral da
República, Rodrigo Janot. A avaliação política é de que, com todos os
acontecimentos desta semana, uma nova denúncia da PGR contra o presidente
Michel Temer ficou esvaziada, e o governo ganhou força.
O
ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, foi outro a sair
esta semana em defesa da reforma da Previdência. Ele afirmou que o projeto não
está enterrado na Câmara e que, se a primeira denúncia contra Temer não tivesse
sido apresentada, a proposta já teria sido aprovada.
A
mudança na Previdência é um dos principais - senão o principal - projetos da
equipe econômica para tentar reequilibrar a economia brasileira. Atualmente,
aposentadorias e pensões respondem por uma enorme fatia do rombo nas contas
públicas do País, e a tendência é que esse buraco aumente cada vez mais.
A
proposta de emenda constitucional (PEC) está praticamente parada na Câmara
desde maio, quando veio à tona a delação dos executivos da JBS, que atingia o
presidente Temer. E enfrenta uma forte resistência no Congresso. Para os
parlamentares, o projeto é impopular, o que poderia causar desgaste entre os
eleitores e prejudicar o desempenho nas urnas em 2018.
Aliados
de Temer dizem que, atualmente, a conta de votos favoráveis à reforma da
Previdência esteja entre 200 e 250. São necessários pelo menos 308 votos para a
aprovação.
Uma
das possibilidades que vinham sendo ventiladas nos últimos tempos para se
garantir a aprovação do projeto era reduzi-lo a alguns pontos básicos,
principalmente a idade mínima para a aposentadoria.
O
próprio líder do governo no Congresso, senador Romero Jucá (PMDB-RR), defendeu,
também na quarta-feira, a aprovação de uma reforma "possível". Na
avaliação dele, a mudança na idade mínima e o fim dos privilégios nas
aposentadorias são "mecanismos tranquilos" de serem aprovados pelo
Congresso.
Com
informações do Estadão Conteúdo.
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