O presidente da Assembleia
Legislativa da Bahia (AL-BA), deputado Ângelo Coronel (PSD), é o primeiro a
comandar a Casa após a era Marcelo Nilo (PSL). E já chegou ao posto mais alto
com a difícil missão de apaziguar a insatisfação dos parlamentares com o Governo
do Estado por causa da não liberação das emendas impositivas. Apesar disso, o
político natural do município de Coração de Maria avalia como positivo os
primeiros quatro meses no cargo. “O mais importante desses quatro meses foi
transformar o Poder Legislativo em um poder independente, mantendo a harmonia
entre os outros poderes, mas sem abrir mão da independência. Era uma coisa que
não existia na Casa, que era um anexo do governo. Resgatamos a autoestima dos
servidores que estavam desanimados. Os deputados hoje têm mais estruturas para
fazer os seus projetos, mesmo com as pautas estando sobrestadas”, analisa à
Tribuna. Apesar da Casa não ter votado quase nada em 2017, Coronel afirma que
os deputados continuam trabalhando: “A produção dos deputados foi maior do que
em períodos passados. Porque a produção não é só votar, a produção é também
debater, apreciar as matérias e organizar audiências públicas. Esse é o papel
do parlamentar”. O sobrestamento da pauta não tem rótulo, se é governo ou
oposição. São todos os deputados que estão pleiteando uma coisa que é de
direito de cada um. Se o Congresso Nacional tem emendas para os deputados e são
cumpridas, aqui também nós temos as nossas e precisam ser cumpridas. Como estão
há quase três anos atrasadas, os parlamentares ficam desestimulados –
principalmente em um ano pré-eleitoral”, avalia. O presidente afirmou ainda que
o Governo do Estado tem interesse em resolver o imbróglio das emendas até o
início do segundo semestre. “Conversei com o governador e ele me assegurou que
até julho ele estará cumprindo e acabando com esse impasse. Senti firmeza no
governador com essa garantia. Então, torço e confio. Vamos aguardar para que
isso aconteça”, revela. O deputado afirma que tem uma boa relação com o
ex-presidente Marcelo Nilo: “Minha relação com ele é muito boa, não temos
problemas nenhum. A eleição passou, é página virada e a vida segue. Da minha
parte, por exemplo, não ficou nenhuma aresta. E aí vamos esperar o que o futuro
vai proporcionar para mim e para ele”. Assim que assumiu o cargo, Coronel
exonerou dezenas de servidores, cumprindo a promessa de cortar gastos. “Os
próprios servidores que foram exonerados tiveram a sã consciência de reconhecer
que foram exonerados porque não estavam trabalhando a contento das necessidades
da casa. Nós baixamos uma premissa de que, quem fica, é quem quer trabalhar”,
completou.
Tribuna da Bahia
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