O setor da construção teve
um resultado dramático em 2016: foram fechados novecentos mil postos de
trabalho no Brasil. O sindicalista Antonio de Sousa Ramalho, presidente do
Sintracon-SP (construção civil) e deputado estadual pelo PSDB, comenta este
fato e fala sobre suas expectativas para 2017.
Força
Sindical – A construção perdeu muitos empregos no ano passado?
Antonio de Sousa Ramalho –
Ao analisarmos o período dos últimos 26 meses, podemos fazer a seguinte conta:
tínhamos três milhões e 620 mil trabalhadores, e, no final de 2016, chegamos a
dois milhões e 720 mil trabalhadores. Ou seja, quase um milhão de postos de
trabalho perdidos. O prejuízo foi grande se considerarmos que um emprego
direito gera 2,2 empregos indiretos. Investimentos da ordem de R$ 1 bilhão
gerariam cinquenta mil empregos e poderia tirar o setor do atoleiro do
desemprego em que se encontra. No setor da construção, são 187 indústrias que
geram emprego.
Força Sindical – Qual a sua expectativa
para 2017?
Ramalho – Entendo que a
situação deve começar a se equilibrar a partir de junho, mas o crescimento do
emprego se dará, de forma mais substancial,
a partir de 2019. Até abril próximo os empresários estarão de olho na
política para decidir se vão realizar investimentos. A retomada da economia
dependerá da solução da crise política.
Força Sindical – O governo
adotou medidas para estimular o setor da construção, não foi?
Ramalho – Sim, algumas
medidas, como a liberação de crédito para os que recebem entre cinco a dez
salários mínimos e vão adquirir imóveis do programa Minha casa, Minha Vida e
empréstimos de até cinco mil reais para a compra de materiais de construção.
Este crédito destina-se a pessoas que estão empregadas. Os resultados destas
medidas levam um tempo para aparecerem, e acredito que virão a partir de junho.
Estas medidas para os pequenos estimulam os grandes a investir e começar a
movimentar a economia. Quem ainda está engessada é a classe média.
Ascom Força Sindical
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