O ministro do Turismo,
Henrique Eduardo Alves, pediu demissão nesta quinta-feira (16) após ser citado
pelo ex-presidente de Transpetro, Sérgio Machado, em acordo de delação
premiada. O Palácio do Planalto já confirmou a informação da saída de Alves.
Com ele, já são três
ministros que caíram durante pouco mais de um mês de governo Michel Temer em
meio a escândalos de corrupção.
Já caíram Romero Jucá,
ex-ministro do Planejamento, e Fabiano Silveira, ex-ministro da Transparência. Em
depoimento à Procuradoria Geral da República (PGR), o ex-presidente da
Transpetro afirmou que repassou a Henrique Alves R$ 1,55 milhão em propina
entre 2008 e 2014, por meio de doações de empreiteiras.
Teriam sido pagos R$ 500 mil
em 2014; R$ 250 mil, em 2012 e R$ 300 mil em 2008 pela Queiroz Galvão. Outros
R$ 500 mil foram pagos em 2010 a Alves, pela Galvão Engenharia. Próximo de
Temer, Henrique Eduardo Alves sofria pressão para sair por conta do acúmulo de
citações em investigações.
No início deste mês, o
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou ao Supremo Tribunal
Federal que o peemdebista havia atuado para obter recursos desviados da
Petrobras em troca de favores para a empreiteira OAS. Segundo Janot, o dinheiro
teria abastecido a campanha de Alves ao governo do Rio Grande do Norte em 2014,
quando ele acabou derrotado. A negociação envolveria o deputado afastado
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro. As informações
constam no pedido de abertura de inquérito enviado ao tribunal.
Alves foi ministro do
Turismo no governo da presidente afastada Dilma Rousseff até março, antes do
PMDB romper formalmente com a petista.
Na avaliação do líder do DEM
no Senado, senador Ronaldo Caiado (GO), a saída do ministro foi acertada e não
fragiliza o governo Temer nem as investigações daLava Jato. "O pedido de
demissão foi oportuno para que não venha amanhã causar nehum outro desvio de
discussão em relação a esse assunto", afirmou.
Ele comparou a forma de
atuação do governo Temer com o da presidente Dilma, em que ministros
investigados na Lava Jato mantiveram os postos. "O modelo implantado pelo
atual governo é diferente do anterior. Qualquer suspeita ou denúncia, mesmo que
não tenha amanhã a culpabilidade do que foi dito, ele tem que ter a
responsabilidade e o gesto maior de não confundir problemas de ordem pessoal
com problemas de governo.", disse.
Poder & Política
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