Relatório de análise de uma
conta de e-mail do publicitário João Santana – cujo sigilo foi afastado por
decisão judicial – revela, na avaliação da Polícia Federal, que o marqueteiro
‘possui relação de muita proximidade’ com a presidente Dilma Rousseff e “possui
certa influência sobre as ações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva”. O
documento, de 21 de janeiro, foi encartado pela Polícia Federal nos autos da
Operação Acarajé, deflagrada nesta segunda-feira, 22, com ordem de prisão
contra Santana, sua mulher, Monica Regina Cunha Moura, e outros investigados.
Santana foi o marqueteiro da campanha da reeleição de Lula à Presidência (2006)
e das duas campanhas de Dilma, em 2010 e em 2014. O relatório da PF não faz
nenhuma acusação, nem levanta suspeitas sobre os interlocutores do marqueteiro.
Apenas transcreve as mensagens contidas no e-mail para demonstrar ‘os vínculos
pessoais dos investigados (Santana e a mulher) com membros do alto escalão do
Governo Federal e do Partido dos Trabalhadores’.
O rastreamento pegou, por
exemplo, diversas mensagens trocadas entre João Santana e Roberto Mangabeira
Unger, ex-ministro de Assuntos Estratégicos. No dia 25 de outubro de 2015,
Mangabeira mandou mensagem para Dilma, usando o endereço eletrônico do
marqueteiro. “Senhora presidente. Renovo meu pedido de audiência – se for
possível na segunda-feira, 9 de novembro, ou na terça-feira, 10 de novembro,
quando estiver em Brasília desde as 7 da manhã daquela segunda-feira, vindo dos
Estados Unidos. Ficarei, senhora presidente, triste e inconformado se não puder
levar adiante a colaboração que a senhora me propôs. As dificuldades por que
passam o país e o governo só reforçam o meu desejo de ajudá-la”.
Estadão
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