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terça-feira, 21 de julho de 2015

PPE para quem precisa - Parte l - Por João Carlos Gonçalves, Juruna



O debate que nós, brasileiros, realizamos hoje, sobre o Programa de Proteção ao Emprego (PPE), me faz lembrar da década de 1980, quando trabalhava na Divisão de Elevadores da Indústria Villares, e já era sócio do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo. Naquela época, estávamos passando por um processo de reestruturação produtiva, com mudanças de máquinas e de outros equipamentos, desemprego em alta e uma inflação que corroía o nosso salário a cada minuto. Em 1982, lá pelo mês de junho, uma leva de centenas de companheiros e companheiras foram demitidos na Villares. Não tínhamos nenhuma proteção contra o desemprego, a não ser nossa luta. Liderados pelo Sindicato, com ativistas sindicais militando na fábrica, não tivemos outra saída a não ser fazer a greve. Tínhamos realizado o 6° Congresso dos Metalúrgicos da Capital, e nossa decisão foi: toda força na luta contra o desemprego. Ficamos parados por alguns dias. Fomos, Villares e Sindicato, chamados ao Tribunal Regional do Trabalho para buscar conciliação. Sabíamos que qualquer greve que não fosse contra atraso de pagamento era declarada ilegal (Lei 4330).
E qual foi a decisão que tomamos em diversas assembleias (porque então tudo era decidido em assembleias)? No primeiro momento marcamos posição contra o desemprego e contra a política econômica, que, na época, só se preocupava em pagar juros, dívidas e seguir o receituário do Fundo Monetário Internacional (FMI). Mas, à medida que os dias passavam, problemas mais imediatos se colocavam: o que fazer com os demitidos? Assembleia aqui, conversas ali e, depois de vários dias de greve, decidimos aprovar uma indenização maior do que a que tinham direito os demitidos e a manutenção do emprego por três meses aos demais.
Na época parecia pouco, mas foram com essas conquistas parciais, mobilizando empresa por empresa, que conseguimos articular e realizar a Greve Geral de 21 de julho de 1983.



Continua a seguir...

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