O prazo para o governo vetar a ampliação da política de
reajuste do salário-mínimo para todos os aposentados do INSS termina
quarta-feira que vem. Para aliviar o peso da medida impopular, a presidente
Dilma Roussef vai propor, como compensação aos segurados que ganham acima do
piso, a troca dos índices de inflação para a correção dos benefícios. A ideia é
substituir o atual INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), do IBGE, e
aplicar o IPC-CI, índice da FGV (Fundação Getúlio Vargas).
A diferença entre dois medidores está no perfil de família e
no peso dos itens da cesta de preços. O IPC-C1, também chamado de inflação da
baixa renda, considera os custos de famílias com renda entre um e 2,5
salários-mínimos. Alimentação e transportes têm peso de 39,6% e de 28,4%,
respectivamente, no índice. Já o INPC tem um perfil mais amplo, leva em conta a
renda de famílias que recebem de um a seis salários-mínimos. Alimentação e
transportes têm peso menor no índice (33,1% e 12,53%, respectivamente).
De acordo com o governo, o IPC-C1 mede a inflação de uma
faixa de renda mais próxima à dos aposentados, já que a maioria recebe, no
máximo, três salários-mínimos. Considerando o resultado de janeiro a junho deste
ano, o INPC está em 6,8%, e o IPC-C1, em 7,01%. O reajuste igual ao do
salário-mínimo, por outro lado, garantiria aos aposentados um aumento de 8,5%
em janeiro do ano que vem.
A Constituição determina que as aposentadorias com valor
acima de um salário sejam corrigidas pela inflação, segundo o índice escolhido
pelo governo. Dos 32 milhões de beneficiários, 9 milhões ganham acima de um
salário-mínimo. As entidades dos aposentados criticam a ideia da troca do
índice de reajuste e prometem fazer muito barulho para derrubar um possível
veto de Dilma para o aumento igual ao do salário mínimo. ‘’Os aposentados
perderam a vida toda e, agora que temos uma conquista histórica, vamos lutar
até o fim’’, disse Warley Martins, presidente da Cobap, confederação nacional
da categoria. “Vamos falar com todos eles e colocar cartazes nos gabinetes.’’
A entidade, junto com o Sindnapi (Sindicato Nacional dos
Aposentados da Força Sindical), vai fazer um corpo a corpo com os deputados e
com os senadores para derrubar o possível vete presidencial.
Ascom Força Sindical
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