Em movimentação atípica no
Congresso para uma segunda-feira, senadores do PT reagiram nesta segunda-feira
(29) à nova investida da oposição em defesa do impeachment da presidenta Dilma
Rousseff, depois de divulgados os supostos beneficiários de repasses ilegais no
esquema do petrolão. Segundo a edição da revista Veja deste fim de semana, 18
representantes de seis partidos políticos receberam doações eleitorais a partir
de dinheiro desviado da Petrobras por meio da UTC Engenharia, segundo delação
de Ricardo Pessoa, dono da empreiteira. Como a campanha da petista consta dessa
lista de patrocinados, oposicionistas reativaram os discursos em defesa do
impedimento presidencial – postura que, na opinião dos petistas, não passa de
oportunismo político.
“Não vejo qualquer situação
para impeachment, objetivamente. A oposição sempre vai fazer esse discurso,
sempre vai colocar isso como uma possibilidade. Mas [impeachment] é uma
situação muito séria e, objetivamente, tem que haver uma causa isso. E eu não vejo
causa alguma”, disse ao Congresso em Foco a senadora Gleisi Hoffmann, ex-ministra-chefe
da Casa Civil. Como este site mostrou ontem (domingo, 28), diversos líderes
oposicionistas passaram o fim de semana defendendo a abertura de um processo de
impeachment contra Dilma – que, por imposições constitucionais, teria
tramitação iniciada na Câmara, com julgamento no Plenário do Senado conduzido
pelo presidente do Supremo Tribunal Federal. Parlamentares do DEM e do PPS,
partidos que apoiaram as manifestações de rua contra a presidente, defendem a
possibilidade abertamente. “Não tem condição nenhuma de a presidente continuar
à frente [do cargo]. Na segunda-feira, temos que cobrar no Senado que seja
levado para a Câmara a abertura do processo de impeachment. É simplesmente o
cumprimento da lei. É crime eleitoral; a resposta é o afastamento”, disse o
líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO).
Questionado pela reportagem
sobre o assunto, o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), foi na mesma
linha da colega de bancada. “Não vejo, até o momento, nada que justifique o
impeachment da presidenta da República. Mesmo no caso dessa delação, se fossem
verdadeiras essas relações, não implicariam ali questionamento quanto à
legitimidade do mandato da presidenta. A oposição continua querendo se
antecipar aos fatos – muito mais, parece-me, querendo aprofundar o desgaste do
governo do que levar, mesmo, essa decisão até às últimas conseqüências”,
ponderou o parlamentar.
Continua a seguir...
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