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sábado, 14 de março de 2015

Reforma política para reduzir partidos interessa para quem? - Parte l



Volta e meia o tema da redução da quantidade de partidos políticos volta na agenda de debate da reforma política. Propostas como a cláusula de barreira ou o fim das coligações estão sempre na ponta da língua de alguns comentaristas midiáticos. É bem comum lermos nos editoriais dos matutinos a ideia de que os problemas de governabilidade passam pelos partidos pequenos e nanicos que negociam seus apoios no Congresso Nacional. Mas é isso mesmo? Quantas vezes partidos nanicos da base do governo, contribuíram para algum tipo de crise social ou institucional? Será que a maior fonte de instabilidade na coalizão nacional não estaria justamente no PMDB, o maior partido de todos?
Em sua coluna no Jornal O Globo o jornalista Ilimar Franco abriu a estratégia dos grandes partidos:
Os grandes partidos (PT, PMDB, PSD e PSDB) definiram que o primeiro tema a ser votado na Comissão da Reforma Política será emenda constitucional pelo fim das coligações nas eleições para deputado federal e estadual. O coordenador da comissão, Cândido Vaccarezza (PT-SP), vai começar por aí. A intenção é liquidar com uma dezena de partidos. Uma obviedade precisa ser dita: os maiores beneficiados com o fim dos pequenos partidos serão os grandes partidos. Propor o fim das coligações interessa apenas para os grandes partidos que hoje já estão estabelecidos no cenário nacional. Reparem bem, caros leitores, que a proposta dos grandes partidos é acabar com a possibilidade de coligações apenas para deputados estaduais e federais. Ora, mas qual o motivo para não apoiarem também o fim das coligações majoritárias para presidente e governadores? A resposta é simples: oportunismo.
O que os grandes partidos estão dizendo é o seguinte: partidos nanicos, nós queremos o seu tempo de televisão para eleger nossos candidatos a presidente e nossos governadores. Em troca não lhes daremos nada. Acontece que essa não é uma troca fisiológica, como querem fazer parecer. As coligações são organizadas em geral em torno de projetos e programas políticos para o país e para os estados. Mas apenas quem tem espaço na televisão é o candidato majoritário da coligação, em geral proveniente de um grande partido.


Continua...

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