O desempenho da indústria
automobilística em outubro reforçou sinais dados desde setembro de que a crise
no setor deixou de piorar, interrompendo quedas no comércio de veículos que
chegaram a alcançar dois dígitos durante o ano. Porém, os números seguem sem
indicar uma reação consistente do mercado, o que leva montadoras a adotar novas
medidas para ajustar a produção. Segundo informações do sindicato da região, a
General Motors (GM) vai, a partir de 10 de novembro, afastar 850 operários da
fábrica de São Caetano do Sul (SP) em esquema de "layoff". Previsto
na legislação trabalhista, o instrumento permite manter trabalhadores afastados
da produção por até cinco meses.
Já na segunda-feira, o
segundo turno da Volkswagen em São José dos Pinhais, no Paraná, inicia dez dias
de férias coletivas, ao mesmo tempo em que novo grupo de 150 operários da
fábrica - conforme número do sindicato - entra em "layoff", em
substituição a outra turma, de mesma quantidade de empregados, que acaba de
voltar ao trabalho. Também no Paraná, na mesma cidade onde a Volks está
instalada, a Renault programou para novembro mais quatro dias de parada de
fábrica, de acordo com o sindicato local.
Nenhum porta-voz da GM e da
Renault foi encontrado para comentar as informações dos sindicatos. A Volks,
por sua vez, confirmou o novo "layoff", assim como as férias do
segundo turno de produção na unidade paranaense.
Até quarta-feira, a dois
dias do fechamento do mês, as vendas de veículos no país caíam 2,1% na
comparação com outubro de 2013, somando 280,4 mil unidades, entre carros de
passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus. Em relação ao mês passado, os
licenciamentos estão praticamente estáveis, com leve alta de 0,5%. Mas esse
percentual vai subir até o fechamento do mês porque outubro tem um dia a mais
de venda do que setembro. Pela primeira vez em nove meses, o mercado deve
ultrapassar a barreira de 300 mil veículos vendidos. A última vez que isso
aconteceu foi em janeiro, quando os licenciamentos somaram 312,6 mil unidades.
Mas na época o consumo tinha sido puxado por automóveis em estoque com
alíquotas mais baixas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). As
montadoras, contudo, cortam a produção porque, além da demanda doméstica fraca,
o setor acumula alto nível de estoques e vem registrando forte queda nas
exportações à Argentina.
ASCOM Força Sindical
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