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segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Embate menos agressivo e com mais propostas – Parte l



Quem viu os primeiros acordes do debate da TV Record imaginou que o tom entre os candidatos Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) seria mais ameno. E foi. A petista, de branco, a cor da paz, começou perguntando sobre pequena e micro-empresa e a Lei do Simples, de forma tranquila. Logo no primeiro bloco, entretanto, a Petrobras entrou em cena, e dividiu todo o debate com a situação econômica do país e suas obras, com pinceladas sobre educação, segurança pública e saúde. E, com a empresa, entrou veio a Operação Lava Jato da Polícia Federal que segue como uma coadjuvante de destaque em todos os embates entre os presidenciáveis. Quem levantou o tema Petrobras e a Lava jato foi Aécio, provocando o primeiro momento em que a presidente Dilma Rousseff titubeou na resposta. A partir da declaração de Dilma do último sábado, em que ela disse reconhecer a existência de desvios de recursos da Petrobras, Aécio quis saber se, reeleita, a presidente manteria João Vaccari Neto, o tesoureiro do PT, no conselho de administração de Itaipu Bi-nacional: “A senhora ainda confia nele?”, perguntou.
Dilma, pela primeira vez, escorregou na resposta: “Eu sei que há indícios de desvio de dinheiro. O que o senhor não sabe, nem o senhor nem eu, foi quanto foi e quem foi. O senhor tinha que me cumprimentar porque eu investiguei”, disse ela, citando novamente as suspeitas que recaem sobre o ex-presidente do PSDB Sérgio Guerra, já falecido, e acusou o governo de Fernando Henrique Cardoso de engavetar 271 processos. Diante da insistência de Dilma em mencionar escândalos antigos levantados no governo de Fernando Henrique, Aécio voltou à carga: “O Brasil tem instituições. Se não forem comprovadas a culpa, as pessoas são inocentadas. O que a senhora não pode achar é que, quando fala de uma pessoa do meu partido está certo e quando fala do seu, por exemplo, a ex-ministra da Casa Civil Gleisi (Hoffmann), casada com o ministro Paulo Bernardo, não está. Precisamos profissionalizar nossas empresas. As pessoas vão sendo nomeadas para prestar serviço, a senhora foi presidente do conselho e a denúncia não é um cidadão isoladamente, Ele já citou outros diretores. O tesoureiro do seu partido, hoje em Itaipu, tem crachá assina documentos. Foi nomeado quando a senhora era ministra de Minas e Energia, não lhe preocupa o que pode estar acontecendo em Itaipu?”

Dilma não respondeu e citou outro personagem, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, delator do esquema na empresa: “O senhor adora fazer confusões que lhe beneficiam. Fui presidente do conselho até 2010. Demiti esse senhor em março de 2012. Não sabia que ele estava comprometido. Eu mandei investigar quando soube que tinha essas características. Nunca impedi investigação”, afirmou Dilma. Aécio, irônico, respondeu: “Que triste um país onde o presidente da República manda investigar. Quem manda não é o presidente, a não ser em algumas ditaduras de seus amigos. Ação partidária que teve ali, por que não se tomou a decisão de mudar essa diretoria lá atrás? A ata da reunião diz que Paulo Roberto renunciou ao cargo e é agradecido por relevantes serviços prestados”, afirmou Aécio.

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