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segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Embate menos agressivo e com mais propostas – Parte ll



Esse talvez tenha sido o momento mais tenso do debate. Nos demais blocos, o tema voltou, mas não com tanta ênfase. A tônica foi mais econômica. A presidente-candidata por várias vezes tentou marcar Aécio como o candidato do partido do “arrocho salarial e do desemprego”. Logo no primeiro bloco afirmou que nos tempos de Fernando Henrique o desemprego chegou a 11,6 milhões, citou ainda perspectiva de privatização da Petrobras. E, quando Aécio perguntou sobre inflação, a presidente foi incisiva: “Vocês sempre gostaram de plantar inflação para colher juros. O cozinheiro é mesmo: Armínio Fraga. E a Receita também: arrocho e juros. Recessão, recessão, recessão”, disse Dilma.
O candidato tucano, entretanto, não deixou por menos: “Eu não governei o Brasil, candidata. Nos vizinhos crescem mais do que nós. Aqui, as pessoas estão apavoradas. Enchendo os carrinhos para fazer a compra do mês. A inflação está de volta”, disse Aécio. A presidente aproveitou ainda para dizer que, no governo petista, o Brasil saiu do mapa da fome e perguntou o que o tucano achava disso. Aécio aproveitou para dizer que tem muito orgulho de ter participado desse processo “que começou lá atras, com o Plano Real, que seu partido votou contra, com a lei de Responsabilidade Fiscal, que seu partido foi contra, e com os programas de transferência de renda, que o seu partido ampliou”, disse Aécio, que ao longo do debate tratou de atribuir tudo como patrimônio do Brasil, do povo brasileiro e não de qualquer partido, o que renderam tiradas irônicas de Dilma: “Candidato, você é engraçado. Quando fomos nós que fizemos não nos pertence. Vocês gostariam de ver a Petrobras dividida entre as grandes empresas internacionais”.
O BNDES, que financia as grandes empresas nacionais, também esteve no centro do debate, assim como o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, citado por Dilma como pontos que os tucanos adorariam privatizar. Foi a vez de Aécio ser incisivo: “Nós vamos profissionalizar essas instituições. Elas não vão entrar na quota política. Não haverão senhores Pizzolatos administrando o Banco do Brasil”, afirmou Aécio, referindo-se a Henrique Pizzolato, condenado no processo do mensalão que fugiu para a Itália, onde foi preso por uso de passaporte falso. Nas considerações finais, Dilma Rousseff fez um contraponto entre o antigo governo de Fernando Henrique Cardoso e os 12 anos de governo petista, ressaltando que os benefícios obtidos pela população tiveram a participação do governo. “Ninguém é uma ilha. Se você melhorou de vida é porque o governo criou oportunidades. Humildemente, peço seu voto”, disse Dilma. Quando /Aécio ia falar, os petistas vaiaram e foram repreendidos pelos apresentadores. Aécio, então, citou os problemas que o Brasil atravessa, pregou a união de todos e mencionou a palavra que levou todas as oposições a terem mais votos do que a presidente no primeiro turno: “Temos duas propostas: A nossa não se contenta ao ver o Brasil crescendo menos que os seus vizinhos. Sou candidato para mudar de verdade o Brasil. Sou o candidato da mudança”, disse ele, prometendo governar para todos.


Por Denise Rothenburg

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