Usado comumente por quem
busca perder peso e por portadores de diabetes, o adoçante mais uma vez
encontra destaque na mídia, apontado como um colaborador do desenvolvimento da
resistência à insulina. Uma publicação aqui, outra ali e correntes se formam
com opiniões divergentes, sendo apontado como colaborador de doenças e em
outras vertentes como um grande aliado na luta contra a obesidade e para os
portadores de diabetes. Segundo estudo publicado na revista Nature em setembro
de 2014, o adoçante seria "culpado" por aumentar o risco de
desenvolvimento da síndrome metabólica, estágio em que a insulina tem sua ação
dificultada. O estudo foi realizado em roedores divididos em dois grupos, o grupo
1 que ingeriu adoçante (sacarina, aspartame e sucralose) em doses altas e o
grupo 2 que ingeriu água e açúcar. A conclusão foi de que o grupo consumidor de
adoçante não conseguiu metabolizar o adoçante, criando distúrbios metabólicos
levando a uma possível a intolerância a glicose. Nos humanos, os voluntários se
submeteram ao mesmo teste (apenas com a sacarina) e em alguns deles foi
observado o aumento da resistência à insulina, mas não sendo conclusivas, visto
que o estudo não relata as condições das pessoas analisadas.
A resistência à insulina se
caracteriza quando seu corpo ainda produz insulina, mas o hormônio tem
dificuldade em realizar sua ação de enviar a glicose para dentro das células. Neste
processo o organismo começa a sofrer picos de glicose no sangue, obrigando o
pâncreas a fabricar mais insulina. Essa superprodução ativa uma resposta
inflamatória, levando a um declínio da saúde e abrindo as portas para diversas
doenças. O que favorece esses picos? O consumo exagerado de carboidratos
refinados, doces, massas, pães e alimentos com índice e carga glicêmica altas,
que além de engordar, pelo alto valor calórico ainda promove essas inflamações.
Hábitos e estilo de vida
atual, como a má alimentação e sedentarismo, trazem a obesidade ao status de epidemia
e isso é um fato, basta olhar para os lados. A dieta atual de grande parte
população é composta por alimentos ricos em gordura e recheados de açúcar,
industrializados e refinados, itens pobre em nutrientes e fibras, que causam
picos de glicose e insulina no sangue, favorecendo o surgimento de doenças
ligadas à má alimentação, como hipertensão, aumento do colesterol ruim,
síndrome metabólica, diabetes e até mesmo alguns tipos de câncer. Muito se
engana quem tenta achar um único vilão responsável por todas as doenças e
distúrbios metabólicos. Com certeza é preciso uma análise mais criteriosa e
mais estudos e testes para que o uso do adoçante se torne mais consciente,
evitando o excesso e abuso. O uso e a indicação devem ser feitas caso a caso
por profissional da área de saúde e seu uso restrito ao mínimo necessário, até
que os estudos se mostrem mais conclusivos. E mais do que isso, é preciso
diminuir o consumo do que realmente vem nos fazendo mal, evitando os excessos,
cortando alimentos processados, ricos em sódio, refinados, ricos em gordura
saturada e gordura trans que elevam os processos bioquímicos de inflamações no
organismo. Aliado a isso, deve-se aumentar o consumo de frutas, verduras,
legumes e cereais integrais e boas gorduras e praticar exercícios físicos de
maneira frequente, pois eles nos ajudam a manter nosso corpo saudável.
A princípio este é o único
consenso real, baseado em evidências científicas incontestáveis.
Roberto Navarro - Nutrologia
Nenhum comentário:
Postar um comentário