A presidente Dilma Rousseff,
candidata à reeleição pelo PT, afirmou nesta segunda-feira (8) que em “nenhum
momento” seu governo teve conhecimento sobre suposto esquema de corrupção na
Petrobras. Em sabatina realizada pelo jornal O Estado de S. Paulo, ela disse já
ter solicitado à Polícia Federal e ao Ministério Público acesso aos depoimentos
prestados pelo ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa e classificou como
“estarrecedor” o fato de denúncias serem feitas por um funcionário de carreira.
Dilma também negou a identificação de suspeitas de irregularidades quando
presidente do conselho de administração da Petrobras. “Em nenhum momento houve
[desconfiança]. É interessante que lembremos que ele [Paulo Roberto Costa] é um
quadro da Petrobras. O que é mais estarrecedor. Ele vinha fazendo carreira. É
de fato surpreendente que ele tenha feito isso. Isso não faz parte da
Petrobras”, disse Dilma.
De acordo com a última
edição da revista Veja, Costa citou como beneficiários de propina em esquema na
Petrobras o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-MA), e os
presidentes do Senado e da Câmara, Renan Calheiros (PMDB-AL) e Henrique Alves
(PMDB-RN), respectivamente. Estariam envolvidos também políticos do PT e do PP.
A petista reafirmou que não tomará nenhuma medida baseada apenas em
reportagens. “Sou presidenta da República, tenho que acatar as informações da
Polícia Federal, do Ministério Público. Eu não quero dentro do meu governo
qualquer pessoa que esteja comprometida com malfeito. A imprensa não tem um
foro inequívoco para dizer quem eu posso ter ou não. Eu quero a informação mais
profunda possível”, disse.
Durante a entrevista, Dilma
voltou a defender a presidente da Petrobras, Graça Foster. E repetiu que os
esquemas de corrupção ao longo das gestões do PT foram revelados porque a
Polícia Federal e o Ministério Público ganharam autonomia para investigar.
“Quem não investiga não descobre. Fica claro que esse governo investigou e
descobriu. Desmontamos muitos esquemas de corrupção. É estranho que outros
esquemas não tenham tido o mesmo tratamento, como o caso do mensalão do DEM ou
o esquema original, do PSDB”, alfinetou.
Na sabatina, a presidente
confirmou que, em eventual segundo mandato, o ministro Guido Mantega (Fazenda)
não fará parte da gestão por “questões pessoais”.
Escreve Congresso em Foco
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