Quando o salário do mês não
basta para pagar contas e arcar com despesas extras, os trabalhadores da
iniciativa privada costumam recorrer ao cheque especial e ao cartão de crédito,
justamente as modalidades mais caras do mercado. Os dados do Banco Central (BC)
comprovam que quem trabalha fora do serviço público continua utilizando pouco o
empréstimo consignado, aquele descontado na folha de pagamento com taxas de
juros mais atraentes.
Do total de crédito
consignado oferecido pelo sistema financeiro no Brasil, a parcela destinada aos
empregados do setor privado não chega a 8%, proporção que não para de cair. Em
julho, segundo levantamento divulgado na última semana pelo BC, esses trabalhadores
tomaram emprestados R$ 18,9 bilhões dos bancos por meio dessa modalidade, quase
oito vezes menos do que os R$ 148,8 bilhões distribuídos aos servidores
públicos.
Enquanto o consignado
avançou 14,1% no funcionalismo e 13,8% para beneficiários do Instituto Nacional
do Seguro Social (INSS), na iniciativa privada o salto foi de apenas 8%. O
ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou no fim do mês passado mudanças
para tentar diminuir essa diferença, estimulando o empréstimo descontado na
folha dos trabalhadores de empresas. A medida provisória com as novas regras,
no entanto, ainda não foi editada.
Caso a promessa de Mantega
se confirme, a instituição financeira ficará autorizada a debitar o valor da
prestação do consignado no mesmo instante em que o salário cair na
conta-corrente do cliente. Hoje, a empresa desconta a parcela do rendimento do
empregado e repassa ao banco a quantia correspondente somente ao fim do dia.
Isso inibe o sistema financeiro a expandir essas linhas de crédito fora do
funcionalismo, onde o débito já é automático.
ASCOM Força Sindical
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