Os pés descobrem os
caminhos, as mãos levantam a bandeira da esperança e os lábios entoam os cantos
de fé e justiça. Foi assim a 10ª Romaria da Terra e das Águas da Diocese de
Ilhéus, que aconteceu no domingo, 18 de maio de 2014, com o tema: DEFENDENDO
NOSSO CHÃO, NOSSA GENTE E A CRIAÇÃO. Cerca de mais de cinco mil pessoas se
reuniram na Fazenda Reunidas, para iniciar a caminhada rumo à Cidade de Gandu. As
romarias da terra e das águas são o templo do encontro do divino com o humano,
são grandes celebrações que manifestam e constroem a unidade da igreja.
São manifestações religiosas
que contagiam milhares de pessoas. As caminhadas da terra romperam o ciclo
vicioso das romarias tradicionais, centradas no individualismo, na busca do
conforto ao coração, do transcendente e, que, por isso, aconteciam ao redor do
santo e do altar. As romarias da terra introduziram ainda como elementos centrais
a Palavra e a vida do povo, e, por isso elas sempre tiveram um cunho profético
de denúncia da realidade de opressão vivida pelos trabalhadores e trabalhadoras
do campo e das injustiças que contra eles se cometem. Elas buscam através da fé
e do elemento religioso a transformação da sociedade, a construção do Reino de
Deus. Já temos convicção da importância da Romaria para a sociedade: Chamar a
atenção sobre a terra, a natureza, a água, para que, primeiro ela seja zelada e
segundo, se mantenha na possibilidade de uso para todos e não seja concentrada
em poucas mãos.
Dom Mauro Montagnoli, Bispo
da Diocese de Ilhéus fez a abertura da Romaria, caminhou lado a lado com os
romeiros e romeiras em todo o percurso. A 10ª Romaria da Terra e das Águas
organizada pela Articulação Diocesana de CEBs e Zonal Norte II da Diocese de
Ilhéus, este ano ganhou a participação maciça da juventude. A PJ se caracteriza por uma Pastoral social,
e por isso deve se unir às demais pastorais que lutam pela transformação da
sociedade. A luta pela terra, pelo espaço de uma vida digna reforça a postura
da Pastoral social. É a juventude em
construção do Projeto de Deus aqui na terra, uma juventude comprometida com
Jesus Cristo, para partilhar suas experiências e caminhar junto com o pobre.
Durante a caminhada encontramos leigos e leigas, religiosos (as), bispo,
padres, crianças e adolescentes, pais, mães e avós, trabalhadores rurais,
urbanos e informais, desempregados, certos de que a luta pela terra e pela água é uma luta de todos os que defendem uma vida
digna e justa para os filhos de Deus. Assim
que a Romaria tomou corpo, a Rodovia perdeu seu tom cinza ganhando alegria,
calor humano, cor e som. Era uma visão de comover, emocionar, pois era a união
de esforços, tudo por um mesmo ideal, pela questão da defesa de direito à
terra, a água e a vida.
Continua...
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