Nossa vida é baseada na
Bíblia, as primeiras pessoas que fizeram romaria foi Moisés e seu povo hebreu.
Nós temos que seguir o exemplo daqueles que lutaram pela terra prometida. Esta
é a convicção dos romeiros e romeiras. Romaria é uma caminhada, mas não é um
ponto de chegada. A caminhada é em vista de algo que está por acontecer, que se
liga à proposta de Jesus com o Reino que precisa ser construído, não cai do céu
pronto. A romaria enfoca a terra e as águas, a defesa do meio ambiente, os
direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, do homem e da mulher do campo, numa
sociedade em que isso é pisado, marginalizado, de maneira que é o momento de
levantar a bandeira de luta, celebrar as vitórias e reivindicar aquilo que é
justo reivindicar. A Romaria se encerra na longa caminhada do povo de Deus na
conquista da terra prometida, hoje mais urgente do que nunca. Os romeiros e
romeiras tinham um destino: era a cidade de Gandu. Neste percurso foi
relembrando os mártires da caminhada, que lutaram pelo direito à terra e à
vida, foi dado um grande abraço no Lago Azul, local que inspirou o artista
autor do Cartaz, onde foram feitas promessas de preservação à natureza. A
caminhada de 05 km não cansou, ao contrário, restaurou as forças do povo de
Deus que sonha por um mundo melhor e arregaça as mangas para transformar a
realidade em uma moradia de justiça e de paz para todos e todas.
Quem veio não trouxe só sonhos. Trouxe consigo
recado do seu povo que não pode vir também. As apresentações culturais foram cheias de
beleza e doçura da palavra de Deus respirando o calor humano da fraternidade
universal. Grupos de crianças e de jovens, expressando em seus corpos o desejo
de um viver melhor, de VIDA, mostrando-nos que a vida humana se renova, assim
como dos nossos recursos naturais, basta cuidar deles. Cuidar da natureza e
também cuidar do ser humano desde a sua mais tenra idade, são deveres de nós,
leigos, leigas e sacerdotes Vimos beleza e talento não aproveitados em nossa
Diocese, nas nossas celebrações, tão carentes de juventude, de entusiasmo
juvenil. A 10ª Romaria da Terra e das Águas nos deu uma esperança: somos
capazes de arrastar todos, rumo à realização daquele sonho de Deus – fazer do
mundo uma casa de paz e de justiça e ver os povos da terra reunidos ao redor
daquele banquete da festa e da vida!
Esta esperança resgata o
sonho de uma sociedade justa e solidária que realiza na vida cotidiana o reino
de Deus, e aí, se despede finalmente do sonho.
Articulação Diocesana de
CEBs, 20 de maio de 2014.
Ana Maria dos Santos.
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