A Força Sindical teme que o
projeto de lei antimanifestação do governo federal, se aprovado, vire a segunda
versão do AI-5, o ato institucional que endureceu o regime militar, em dezembro
de 1968.
Naquele período, primeiro
foram proibidas as livres manifestações. Depois, os jornais e emissoras de
televisão foram censurados. Mas foi justamente o povo nas ruas que conquistou a
redemocratização. Parece que o governo se esqueceu desse capítulo da história. O
ministro da Justiça, atropelado pela pressa, pode cair no terreno da
intolerância. Será que ele não se recorda da importância das Diretas Já em São
Paulo e no Rio de Janeiro?
A Força Sindical teve acesso
à íntegra do projeto, chamado por alguns de lei antiterrorismo. Considera-o uma
mordaça com viés autoritário aos movimentos sociais cujo intuito é inibir,
senão calar as livres e legítimas manifestações de rua.
Como o do governo, há quase
dez projetos similares no Congresso.
Representantes da Força
Sindical reuniram-se recentemente com os presidentes da Câmara dos Deputados e
do Senado Federal para expressar a preocupação da classe trabalhadora com o
tópico. Ambos os líderes se mostraram sensíveis ao tema e temerosos, como os
sindicalistas, pela ameaça de supressão dos direitos sociais. Se confirmado o
texto, não restará dúvida de que o projeto de lei do governo nada mais é do que
uma tentativa de reprimir as demandas da população. Aproveitando-se do momento
de turbulência e excessos praticados por pequenos grupos como os "black blocs",
ele visaria criminalizar os protestantes.
Continua...
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