Para a urbanista Raquel
Rolnik, o legado urbanístico que a Copa do Mundo vai deixar para o País não
será significativo. Tidos pelo poder público como uma vitrine para o País e uma
oportunidade de investimentos, os grandes eventos que serão realizados no
Brasil acabaram servindo de estopim para uma série de reivindicações, que
eclodiram nas agora conhecidas como jornadas de junho. Essas reivindicações
seguem se desdobrando, causando dor de cabeça aos governantes e perplexidade
aos estudiosos. No centro da questão, por sediar a final da Copa do Mundo e as
Olimpíadas e fazer parte do imaginário estrangeiro do Brasil, a cidade do Rio
de Janeiro e os seus 6 milhões de habitantes servem de laboratório, e se veem
entre as promessas de uma cidade melhor e a realidade caótica de má qualidade
dos serviços públicos e obras aquém do anunciado.
Para a urbanista Raquel
Rolnik, professora da Universidade de São Paulo e relatora especial do Conselho
de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Direito à
Moradia Adequada, que acompanha de perto o processo desde 2009, a principal
discussão que se coloca é o direito à cidade e a necessidade de se investir em
uma cidade realmente para todos. "Não é comprar casa, comprar moto. Tem
uma dimensão publica essencial que é a urbanidade e que precisa ser
resolvida", afirma.
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