“... Mas que jorre a
equidade como uma fonte e a justiça como torrente que não seca” (Amós 5:24).
Poucos assuntos exigem um estudo mais completo
e mais sério do que o do Comunismo. Há, pelo menos, três razões que obrigam um
ministro cristão a falar sobre o assunto. A primeira razão é a de reconhecer
que a vasta influência comunista se tem espalhado, como uma maré imensa, pela
Rússia, China, Europa Oriental e até, atualmente, pelo nosso hemisfério. Existe
no mundo quase um bilhão de pessoas que perfilham as suas doutrinas e muitas
delas professam-na como uma nova religião a que inteiramente se submetem. Não
podemos ignorar tal força.
A segunda razão é a de o
Comunismo ser o único adversário perigoso do Cristianismo. Religiões
importantes como o Judaísmo, Budismo, Hinduísmo ou Maometanismo são possíveis
alternativas para o Cristianismo, mas ninguém versado nos fatos do mundo
moderno pode negar que o Comunismo é o maior rival do Cristianismo. A terceira
razão é que seria desleal, e decerto pouco científico, condenar um sistema
antes de saber do que ele trata e por que está errado.
Deixai-me agora fixar
claramente a premissa básica deste sermão: o Comunismo e o Cristianismo são
fundamentalmente incompatíveis. Um cristão autêntico nunca poderá ser um
comunista autêntico, porque as duas filosofias são antitéticas e não há
dialética de lógico que possa reconciliá-las. Por quê?
Primeiro, porque o Comunismo
se baseia numa visão materialista e humanista da história e da vida. Segundo a
teoria comunista, não é a inteligência nem o espírito que decidem do universo,
mas apenas a matéria; esta filosofia é declaradamente secularista e ateísta.
Para ela, Deus é um simples mito criado pela imaginação; a religião, um produto
do medo e da ignorância; e a Igreja, uma invenção dos governantes para
controlarem as massas. O Comunismo, tal como o Humanismo, mantém, além disto, a
grande ilusão de que o homem pode salvar-se sozinho, sem a ajuda de qualquer
poder divino, e iniciar uma nova sociedade.
Luto sozinho, e vença ou
morra,
Não preciso de ninguém que
me liberte;
Não quero nenhum Cristo que
me diga
Poder um dia morrer por mim.
Ateísmo frio, mascarado de
materialismo, o Comunismo não admite Deus nem Cristo.
enviado pelo leitor Miguel Cruz Pereira