Pois bem, os seres humanos
da comunidade internacional têm ciência do poder letal do coronavírus –
COVID-19. Será que todo mundo realmente tem essa noção?
Vivemos
a era tecnológica, o boom das redes sociais, acesso à informação, notícias,
determinações, entretenimento, tudo isso e mais um pouco, na palma da mão nos
smartphones com fácil visualização e poder de divulgação, de compartilhamento,
troca de idéias, tudo isso no ambiente virtual. Teoricamente a dura realidade
em tempos de pandemia, quiçá, antes ou depois dessa crise, é que a grande parte
dos humanos não consegue mensurar a gravidade do tema que ecoa nas ruas e em
todos os meios de comunicação possível.
Tratando-se dos brasileiros,
de forma holística, verifica-se uma problemática que incomoda que preocupa que
fere uma parte desses humanos, que são cidadãos, que almejam dias melhores
nesse cenário de crise sanitária. Essa por sua vez, gera tantas outras crises,
de saúde mental, de ordem econômico-social, política, e agrava uma situação
subjetiva: a dissonância da cidadania e do bom senso.
Em
conceitos rudimentares CIDADANIA é a prática dos direitos e deveres de uma
pessoa em um Estado. Os direitos e deveres de um cidadão devem andar sempre
juntos, uma vez que o direito de um cidadão implica necessariamente numa
obrigação de outro cidadão. Por sua vez bom senso é um conceito usado na
argumentação que está estritamente ligado às noções de sabedoria e de
razoabilidade, e que define a capacidade média que uma pessoa possui, ou
deveria possuir, de adequar regras e costumes a determinadas realidades
considerando as consequências, e, assim, poder fazer bons julgamentos e
escolhas. Analisando, mesmo de que forma rasa, os conceitos apresentados vai-se
verificar rapidamente que grande parte dos brasileiros não exerce a cidadania,
nem tampouco o bom senso, principalmente no caos instalado pelo coronavírus.
Por onde se passa, em vários
municípios, de qualquer porte demográfico ou econômico, o que se vê é
lastimável. Pessoas ditas “esclarecidas” desrespeitando recomendações
científicas, determinações de autoridades de todas as esferas do Poder Público,
sem temor ou cautela com os desdobramentos da pandemia, e ainda com voz altiva
dizem: “A vida é minha, faço dela o que bem entender.” É uma máxima negatória,
ao menos nesse momento, é o fim do bom senso?
Você
egoísta-individualista ou que recusa e NEGA a realidade como forma de escapar
da verdade desconfortável (negacionismo), lembre-se que esse mundo não é só
seu! Se for realmente um cidadão, lembre-se tem DIREITOS, e sobretudo tem
DEVERES:pra com a sociedade civil em que convive. Não adianta, ostentar-se
“esclarecido”, sabedor dos seus direitos e esquecer os seus DEVERES como
CIDADÃO. Um desses deveres é ter plena consciência de que seus atos refletem em
toda sociedade, seus devaneios tem conseqüências para todos, pode inclusive
levar alguém que você ame ou não, a MORTE!
Todos
aqueles que usufruem dos benefícios dos seus direitos devem também contribuir
para sustentar os seus DEVERES. Cada qual é lutador nato, pelo Direito,
entretanto jamais qualquer interesse individual irá sobrepujar os interesses da
coletividade. Mesmo os que lutam pelo direito sem a visão do todo, ou seja, sem
a noção de que é um dever para com a sociedade, também contribuem para a luta
contra o arbítrio negativo, que de forma inconseqüente não se preocupa com o
todo que circunda o seu redor.
Dr. Max Ismael Nunes Barbosa
é advogado, assessor jurídico do consórcio de saúde do baixo sul e especialista
em direito penal e processual penal.