De todas as pautas da
grande mídia, da academia, do mercado, talvez só exista um consenso, as
mudanças vieram para ficar, pós-COVID-19 e teremos um novo “normal”. E as
mudanças vão continuar cada dia mais intensas, bruscas e emergentes, exigindo
renovação.
Sempre fui uma pessoa e
profissional que busquei me renovar. Já tive diversos ciclos de carreira, como
médico-pediatra, depois empresário da área de saúde, gestor da área pública,
politico, dirigente partidário e voluntário da área de saúde.
O que teve em comum destes
meus ciclos foram meus valores, a busca pela excelência e o espirito de servir
á sociedade, independente da atividade.
A palavra do momento e até
mais moderna, é reinvenção e comecei a me questionar ainda mais, com leituras
sobre a Revolução Industrial 4.0, mindset digital, organizações 4.0, se também
a politica não precisaria se reinventar?
Eu, sem falsa modéstia já me
considero, um produto desta reinvenção. Carioca, não sou filho de família
tradicional baiana, nunca tive grandes recursos financeiros, sou o que alguns
chamam de “milagre da política”. Mais de 20 anos como Deputado Estadual, com
votação sempre ascendente, Secretário de Estado por 2 (duas) vezes e
mantendo-se sempre ativo no campo político partidário.
E sempre questionei e até enfrentei
alguns paradigmas bem tradicionais da politica atual. Forma de relação com o
eleitor, acessibilidade ao candidato, práticas de campanha, conteúdo
consistente de propostas de trabalho, plataforma clara para os mandatos, entre
outros elementos.
Sem aqui querer
polemizar, falando de partidos, de lideranças políticas, sejam elas nacionais
estaduais ou municipais, do executivo ou legislativo, já se passou do tempo, de
uma verdadeira reinvenção da política, dos políticos e da forma de fazer política.
Ouço sempre de profissionais
liberais, de empresários e do cidadão comum, por exemplo, que eles querem
gestores públicos focados na administração das suas cidades, Estados e/ou Pais
e não gestores que tomam decisões ideológicas ou influenciadas pelo próximo pleito
eleitoral.
Estas mesmas pessoas e
segmentos também me dizem que querem campanhas mais propositivas,
colaborativas, transparentes e com ideias claras do que os candidatos realmente
irão fazer quando assumirem seus mandatos.
E outra coisa, que me toca muito
nestas conversas é quando estas pessoas sinalizam que falta um verdadeiro
propósito aos políticos ou aqueles que pleiteiam os seus votos.
Talvez pudesse dizer que não
existe momento mais propicio para esta renovação ou reinvenção com tudo que
está acontecendo no nosso país.
Pandemia, radicalismo
eleitoral, instabilidade institucional, insatisfação do cidadão, reforma
eleitoral e total incredibilidade da classe e da atividade política em
altíssima intensidade.
E porque a importância da
reinvenção da politica, porque, felizmente ou infelizmente tudo passa pela
política, das coisas mais simples da vida de qualquer cidadão ao enfrentamento
dos maiores problemas de uma localidade, região e/ou do planeta.
E dividindo um pouco dos
bastidores da minha quarentena produtiva, estas reflexões já existiam há alguns
anos, mas, com uma leitura mais intensa de novos temas e conversas com meu
filho, Fábio Rocha, que é um profissional de referência nas áreas de gestão,
liderança e carreira, isto foi ao pico.
Inclusive pude iniciar um
treinamento sobre Mentoria e em breve teremos novidades neste campo.
Portanto, você que é político,
gestor público ou deseja ingressar neste segmento, fuja dos paradigmas atuais e
se reinvente, antes mesmo de pensar em ingressar no fantástico mundo da política.
Heraldo Rocha é médico, Gestor
Público, Ex-Deputado Estadual e Mentor nas áreas de Gestão Pública/Politica
Eleitoral.