O presidente
Jair Bolsonaro negou hoje (4) a intenção de privatizar o Banco do
Brasil (BB) e a Caixa Econômica Federal. A declaração foi dada em resposta à
uma reportagem publicada ontem (3) pelo jornal O Globo. Segundo o
jornal, a equipe do ministro Paulo Guedes (Economia) estaria fazendo estudos
para abrir mão do controle do BB.
"Olha
só, eu vi na capa, foi no Globo de ontem, que [...] diz que pessoal começa
a estudar privatização do Banco do Brasil. Servidor de terceiro escalão fala
aquilo, eu não tenho nada a ver com isso. Eu não tenho como controlar centenas
de milhares de servidores no Brasil. Da minha parte, não existe qualquer
intenção de pensar em privatizar Banco do Brasil ou Caixa Econômica.
Zero", afirmou a jornalistas pela manhã, na entrada do Palácio do
Alvorada, residência oficial.
Bolsonaro demonstrou confiança de que o governo
conseguirá reverter a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump,
de voltar a sobretaxar as exportações de aço e alumínio do Brasil. O líder
norte-americano anunciou a medida em sua conta no Twitter, na
última segunda-feira (2).
"Você pode ver, nós importamos etanol deles, eles
querem agora, está bastante avançado, mandar trigo pra gente. Agora, somos
pobres na história, eu não sei quantas vezes a economia deles é maior do que a
nossa, várias vezes, nós estamos com estilingue, os caras estão com uma
metralhadora .50. Vejo com um certo exagero o que está acontecendo. Por
enquanto, não foi sobretaxado nada, só tem a promessa dele no Twitter",
afirmou.
Bolsonaro
voltou a negar qualquer medida artificial do governo para desvalorizar o real
frente ao dólar. Esse é o principal argumento de Trump para reativar as
sobretaxas, já que, segundo ele, a desvalorização do real estaria prejudicando
as exportações de agricultores norte-americanos.
"O mundo está globalizado, a própria briga comercial
EUA e China influencia o preço do dólar aqui. Várias vezes o Roberto Campos
interferiu vendendo dólares. Não estamos aumentando artificialmente o
preço do dólar. E outra coisa, se nós produzirmos menos aço aqui, menos
alumínio, que seria natural com a sobretaxa, a energia para fazer isso aí,
parte vem dos EUA, poderia ter desemprego na outra ponta",
afirmou.
O presidente brasileiro negou ainda ter ficado
decepcionado com o líder norte-americano, com quem mantém boas relações desde o
início do governo. "Não tem decepção porque não bateu o martelo ainda. Não
é porque um amigo meu falou grosso numa situação qualquer que eu já vou dar as
costas pra ele".
Com informações da Agência Brasil