O Congresso
Nacional aprovou nesta quarta-feira (19) o Orçamento de 2019. O texto, que vai
à sanção presidencial, define as receitas e os gastos do governo federal no
primeiro ano do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). Informalmente,
a aprovação dá início ao recesso dos parlamentares, agora em fim de mandato.
Não há mais sessões agendadas para este ano. Oficialmente, a folga começa no
dia 23 de dezembro.
O
texto aprovado prevê um total de R$ 3,381 trilhões em despesas no ano que vem.
Pela proposta, a União fechará 2019 com déficit primário de R$ 139 bilhões,
resultado igual à meta fiscal estabelecida para o ano. Ainda assim, o futuro
presidente terá que lidar com outro rombo nas contas. Isso porque a chamada
regra de ouro, prevista na Constituição, proíbe que o governo se endivide para
pagar despesas correntes, como salários e custos de manutenção.
Nesse
ponto, o Orçamento do ano que vem ficou com uma insuficiência de R$ 248,9
bilhões, o que significa que as despesas do dia a dia vão superar as operações
de crédito nesse montante. Para cobrir o buraco, despesas ficarão condicionadas
ao aval do Congresso e vão exigir aprovação de créditos suplementares, uma
exceção prevista na Constituição.
Só
assim será possível honrar com o pagamento de benefícios previdenciários,
assistenciais, programas de subsídios e até o Bolsa Família. No projeto
aprovado, R$ 6,5 bilhões para o Bolsa Família e R$ 201,7 bilhões para
benefícios previdenciários ficaram condicionados a futura aprovação de crédito
suplementar pelos deputados e senadores.
Ponto
criticado pela equipe econômica de Bolsonaro, a concessão de benefícios fiscais
vai somar R$ 376 bilhões em 2019. De acordo com a Consultoria de Orçamento da
Câmara, esse valor equivale a 21% da arrecadação. De acordo com o relator do
texto, senador Waldemir Moka (MDB-MS), o adiamento do reajuste de servidores
federais não está previsto no texto. Foram mantidos R$ 4,7 bilhões para esse
propósito.
O
valor foi colocado no texto porque o adiamento depende de aprovação de medida
provisória no Congresso e também é questionado na Justiça.
Nesta quarta-feira (19), o ministro Ricardo Lewandowski,
do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou, em decisão liminar, que o
governo não adie o reajuste e pague os aumentos salariais já em 2019. Na versão
final aprovada do Orçamento, também foi incluída a despesa de R$ 600 milhões
para o pagamento de reajuste salarial a agentes comunitários de saúde. O
aumento foi vetado pelo presidente Michel Temer, mas o veto acabou derrubado
pelo Congresso.
Na
proposta, o valor do salário mínimo para 2019 ficou definido em R$ 1.006,00, um
reajuste de 5,45%. A taxa é definida pela variação da inflação em 2018 e o
crescimento do PIB de 2017.
Com
informações da Folhapress.