O pedido de desfiliação do
senador Walter Pinheiro do PT, protocolado hoje na Justiça Eleitoral, teve como
pivô uma solicitação do partido para que assinasse, na semana passada, uma
moção contra o juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato, operação que investiga
o maior esquema de corrupção já descoberto no país tendo a Petrobras como ponto
de partida e o ex-presidente Lula como um de seus alvos.
Da bancada baiana de três
senadores, todos governistas, apenas a senadora Lídice da Mata (PSB) subscreveu
o documento, que não recebeu também apoio do senador Otto Alencar, do PSD,
partido que está praticamente desembarcando do governo, junto com o PMDB. O
destino mais provável de Pinheiro continua sendo o PSD. Quando ainda estava no
PT, ele chegou a discutir seriamente a filiação à legenda com Alencar, que a
preside na Bahia, mas decidiu recuar depois que a decisão vazou para a
imprensa. Seu objetivo principal é estar numa legenda que lhe garanta condições
de redisputar o Senado em 2018, o que o PT nunca lhe assegurou. Até
recentemente o partido ainda acalentava a hipótese de ter Pinheiro como
candidato a prefeito contra ACM Neto (DEM) nestas eleições.
O senador vivia às turras
com a sigla há muito tempo, mas sua situação ficou mais desconfortável no
partido na campanha ao governo do Estado, em 2014, quando foi pego numa
gravação criticando abertamente a agremiação e alguns companheiros de legenda.
Ainda assim, a decisão de se desligar do PT foi vista como uma surpresa e, ao
mesmo tempo, um golpe neste momento em que o partido vive o maior desgaste de
sua história. Para a bancada federal baiana, o gesto de Pinheiro é um sinal de
que ele irá votar pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) no Senado.
Política Livre