Menos
de 40% das redes de ensino municipais qualificaram ou estão dando formação aos
seus professores para lecionar durante a pandemia de covid-19, com
recursos de educação a distância - 61% das redes informam que não
ofereceram qualquer treinamento.
Apesar
da falta de capacitação, 82% das redes municipais ouvidas têm alguma
estratégia para aula ou oferta de conteúdos pedagógicos a distância durante a
pandemia. No caso das redes estaduais, todas estão mantendo atividades não
presenciais. A Base Nacional Comum Curricular é a principal referência (93%)
para a elaboração dessas atividades.
Os
dados constam da pesquisa A educação não pode esperar,
elaborada pelo Instituto
Rui Barbosa (IRB), uma associação civil criada
pelos tribunais de Contas do Brasil. O IRB funciona há 46 anos e se apresenta
como “braço acadêmico” dos tribunais no desenvolvimento e aperfeiçoamento das
atividades de controle externo. Na União, nos estados, no Distrito Federal e
nos municípios do Rio de Janeiro e São
Paulo, os tribunais de conta são vinculados às casas legislativas.
O
trabalho foi feito para o IRB a partir de levantamento de informações em
249 redes de ensino de todas as regiões do país. Dessas, 232 são
municipais e 17 são estaduais. Entre as redes municipais, a amostra envolve
capitais e cidades sorteadas. As informações apuradas dizem respeito à educação
infantil, ao ensino fundamental e médio.
A
pesquisa identificou que é recorrente o “uso do whatsApp para comunicação entre
secretaria de Educação, escolas, professores, alunos e responsáveis e
também para envio de conteúdos curtos”.
Para
os alunos que têm acesso à internet, as secretarias disponibilizam conteúdos em
páginas online próprias
e em redes sociais. Também se identificou a utilização de plataformas, como
Google Classroom, para videoaulas em tempo real.
No
caso dos alunos que não têm acesso à rede mundial de computadores, as
secretarias de Educação informaram que fazem a entrega de conteúdos
impressos na própria escola ou até nas residências dos estudantes.
Acima
de 80% das redes municipais e estaduais ouvidas pela pesquisa mantêm a
distribuição de alimentos às famílias dos estudantes, como prevê a Lei nº
13.987, de 7 de abril de 2020, que
autorizou, em caráter excepcional, a
distribuição de gêneros alimentícios adquiridos com recursos do Programa
Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) aos pais ou responsáveis
pelos estudantes das escolas públicas.
Ampla
maioria (em torno de 80%) das redes municipais pesquisadas estão planejando a
volta às aulas presenciais, elaboram estratégias contra o abandono escolar
e preparam avaliações para o retorno às aulas.
No
caso das redes estaduais, 15 (das 17 pesquisadas) disseram que estão se
preparando para a volta às aulas. Todas informaram que
têm estratégias para evitar o abandono escolar e que farão avaliação para
verificar o nível dos estudantes e suas principais dificuldades.
Edição:
Graça Adjuto/Agencia Brasil
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