O
tipo sanguíneo de uma pessoa e outros fatores genéticos
podem ter ligação com a gravidade de uma infecção pelo novo
coronavírus, de acordo com pesquisadores europeus que buscam mais pistas para
explicar por que a covid-19 atinge algumas pessoas tão mais duramente que outras.
As
descobertas, publicadas no periódico científico The New England Journal of Medicine na quarta-feira
(17), levam a crer que pessoas com sangue tipo A correm risco maior de
desenvolver sintomas mais intensos quando infectadas pelo novo coronavírus.
No
auge da epidemia na Europa, pesquisadores analisaram os genes de mais de 4 mil
pessoas em busca de variações que são comuns naqueles que foram infectados pelo
vírus e desenvolveram casos graves de covid-19.
Uma
série de variantes em genes que estão envolvidos nas reações imunológicas são
mais comuns em pessoas com casos graves de covid-19, descobriram os cientistas.
Estes genes também estão envolvidos com uma proteína de superfície celular
chamada ACE2, que o coronavírus usa para ter acesso às células do
corpo e infectá-las.
Os
pesquisadores, liderados pelos médicos Andre Franke, da Universidade
Christian-Albrecht de Kiel, na Alemanha, e Tom Karlsen, do Hospital
Universidade de Oslo, na Noruega, também descobriram uma relação entre a
gravidade da covid-19 e o tipo sanguíneo. O risco de casos graves de covid-19 é
45% maior para pessoas com sangue tipo A do que pessoas com outros tipos
sanguíneos, e parece ser 35% menor para pessoas com sangue tipo O.
"As
descobertas oferecem pistas específicas sobre os processos de doenças que podem
acontecer na covid-19 grave", disse Karlsen à Reuters por e-mail,
observando que pesquisas adicionais são necessárias antes de as informações se
tornarem úteis.
"A
esperança é que esta e outras descobertas apontem o caminho para uma
compreensão mais abrangente da biologia da covid-19", escreveu Francis
Collins, diretor dos institutos nacionais de Saúde dos Estados Unidos e
especialista em genética, em seu blog nessa quinta-feira (18).
"Elas
também sugerem que um exame genético e o tipo sanguíneo de uma pessoa podem
fornecer ferramentas úteis para identificar aqueles que podem correr mais risco
de uma doença grave".
Fonte: Agencia Brasil
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