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sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Conheça mais um pouco sobre a História do Carnaval da Bahia




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Os anos 70 fizeram com que o apogeu do Carnaval de Salvador fosse a Praça Castro Alves, onde todas as pessoas se encontravam e se permitiam fazer tudo. Foi a época da liberação cultural, social e sexual. Até esta época, os trios elétricos eram mais veículos alegóricos, ornamentados quase que exclusivamente com bocas sedan de alto-falantes. Os amplificadores eram feitos com válvulas e, em cima do trio, ficavam apenas músicos com a guitarra baiana, o baixo e a guitarra, não existindo ainda a figura do vocalista.
Ainda nos anos 70, os 'Novos Baianos' ousaram e colocaram algumas caixas de som no trio, além de equipamentos transistorizados. Baby Consuelo surgiu cantando com um microfone ligado ao cabo de uma guitarra. A composição carnavalesca 'Colombina' de Armando Sá e Miquel Brito é reconhecida oficialmente como o hino do Carnaval de Salvador. Como se não bastasse tanta mudança, uma ainda mais radical ocorreu no Carnaval 74, com o surgimento do bloco 'Afro Ilê Aiyê'. A entidade que deu início ao processo de reafricanização da festa contribuiu com a aparição do afoxé 'Badauê' e o renascimento do afoxé 'Filhos de Gandhy'. Era o começo do crescimento cultural do Carnaval de Salvador; que passou a enfatizar os conflitos e a protestar contra o racismo.
Em 1975 o trio elétrico 'Dodô e Osmar' comemorou o jubileu de prata e retornou definitivamente à cena carnavalesca após um período de 14 anos afastado. O trio voltou com uma nova formação incluindo o músico Armandinho, filho de Osmar, e mudou o nome para 'Trio Elétrico de Armandinho, Dodô e Osmar'. Em 1976, surgiu, então, o trio elétrico 'Novos Baianos', introduzindo junto com o 'Trio de Armandinho', o swing baiano. No ano seguinte, as escolas de amba que participavam do Carnaval de Salvador deixaram de desfilar. Apesar dos blocos de trio terem surgidos no início da década, é em 1978 que o 'Camaleão' inicia a superação do amadorismo vigente entre os primeiros blocos de trio, representando um marco na emergência deles no Carnaval de Salvador.
Foi neste mesmo ano que o uso da máscara, antes alegria e graça dos foliões, iniciou o seu processo de desaparecimento. Adereço indispensável para complementar as fantasias de carnaval, a máscara que em nosso convívio ficou mais conhecida como careta, serviu também para esconder dos olhares conhecidos e indiscretos a vergonha de um rosto eufórico. Em 1979, aconteceu, então, o encontro entre o afoxé e o trio elétrico, com o surgimento da música 'Assim pintou Moçambique', de Moraes Moreira e Antônio Risério, desencadeando, assim, todo o processo do afoxé 'eletrizado' da música baiana atual.

Fonte: Histórias da Bahia


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